Natal
Cinco letras do nosso alfabeto. Imensa é a sua representatividade.
As crianças sonham que Papai Noel vai chegar num trenó puxado por Renas cheio de presentes. Algumas fazem cartinhas pedindo presentinhos, alguns modestos, outros mais charmosos. Como avaliar esses pedidos ao Papai Noel?
Garotinhas querem bonequinhas que emitem sons, cantam musiquinhas, falam mamãe.
Querem bichinhos de pelúcias, ursinhos, gatinhos, cachorrinhos que latem.
Os garotinhos mais atrevidos querem bolas de futebol, skates, carrinhos elétricos, tudo para descarregarem suas adrenalinas, pois são ousados e querem mostrar suas habilidades. Papai Noel chega em seu trenó com roupas vermelhas, barbas brancas, óculos escuros e solta o seu tradicional HO! HO! HO! Nesse instante um frenesi de encantamentos agita a criançada.
Sentam no colo de Papai Noel, recebem seus presentinhos, algumas se atrevem a puxar sua barbicha toda branquinha e isso é um deleite, pois soltam gostosas gargalhadas e recebem em troca abraços e beijos. Os papais felizes se derretem com a felicidade de seus filhinhos, meninos e meninas,
Nisto, Papai Noel recebe um recado do Menino Jesus que vai nascer no dia de Natal: “E as criancinhas das favelas também receberam seus presentinhos?”
Papai Noel, assustado, remexe sua sacola enorme lotado de brinquedos e nota cartinhas amassadas, com letrinhas em garranchos e lê que uma garotinha quer apenas uma bonequinha simples, sem vestidinhos, apenas uma chupetinha dentro da boquinha parecendo querer mamar.
Um garotinho quer um carrinho de plástico, ou então uma bola de futebol, mesmo que seja de pano. O Bom Velhinho derrama lágrimas e vê a diferença que existe entre as crianças que moram na cidade e as pobrezinhas que vivem nas favelas. Monta em seu trenó, chega no local tarde da noite e, sem querer acordar as criancinhas cansadas de tanto esperar sua chegada, descarrega do enorme saco os mais lindos presentes, os melhores que tinha para ainda entregar e deixou um boneco todo vermelho, com seu gorro, óculos escuros, parecendo um verdadeiro Papai Noel, gorduchinho, barbas branquinhas, que deixou sentadinho na beira da porta e se apertassem um botãozinho em seu nariz, sairia o vozeirão HO! HO! HO! que todas as crianças gostam de ouvir.
Sabia que as duas criancinhas ao despertarem de uma noite de sonhos, perguntariam à mamãezinha se Papai Noel tinha vindo e a mamãe triste disse que não. Ao abrir a porta do humilde barrado a surpresa estava lá, a figura do Papai Noel sentado no beiral com muitos presentes, os mais bonitos e a felicidade foi tanta que seus pais choraram lágrimas de gratidão ao Bom Velhinho, pois não tinham sequer dinheiro para comprarem os mais simples dos presentes. Papai Noel voltou ao Céu, que é sua morada, feliz por ter feito a mais gratificante entrega de presentinhos para duas criancinhas moradoras de um humilde barraco na beira do barranco, onde não existem espaços sequer para brincarem.
Jairo Valio
21-12-2020
valio.jairo@gmail.com
- Natureza que acalma - 27 de maio de 2024
- Natureza que acalma - 25 de novembro de 2023
- Poesias não vividas - 9 de agosto de 2023
É natural da cidade de Pilar do Sul, mas foi para Sorocaba com apenas 14 anos, onde formou-se Técnico em Contabilidade. Trabalhou em diversas Instituições Financeiras durante 38 anos como Gerente, aposentando-se no Banco Safra S/A. É membro efetivo da Academia Sorocaba de Letras, ocupando a cadeira n. 14 e da Academia Poçoense de Letras e Artes de Poções, Bahia, ocupando a cadeira n. 25. Escritor, pesquisador e poeta, é autor do livro ‘Nascente das Águas’, livro autobiográfico e histórico, contando a história da cidade onde nasceu, e de Sorocaba. Participou de 2 edições da coletânea ‘Roda Mundo’, da coletânea ‘Um Olhar sobre Sorocaba’; de 4 edições da coletânea do Sorocult e 04 do Sorocultinho, livrinhos de literatura infantil. Fez parte do Grupo Literário Coesão Poética, participa do site literário Recanto das Letras e tem uma página no Facebook com o título “Vovô Poeta” com muitas postagens de poesias de amor. É membro fundador do Clana- Clube Literário e Artístico Nascente das Águas de sua cidade natal. Escreveu crônicas em jornais de Sorocaba e Pilar do Sul. Trabalha em projetos sociais como voluntário na Pastoral do Menor e no Lar São Vicente de Paulo. Por sua atuação em projetos sociais, foi agraciado em 21-06-2002 com o título de Cidadão Sorocabano, conferido pela Câmara Municipal de Sorocaba. Em 2021 foi agraciado com o título de Acadêmico Nacional de Grande Honra pela Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes.