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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'O Processo de Autodesenvolvimento'

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Diamantino Lourenço R. de Bártolo

O Processo de Autodesenvolvimento

As pessoas que pretendem obter e manter um emprego, aperfeiçoar o desempenho e evoluir na carreira, e assim melhor se realizarem na vida, devem cuidar do seu autodesenvolvimento, como se de um imperativo categórico se tratasse, ao longo da vida, afinal, um investimento compensador.

Pode-se caracterizar o autodesenvolvimento como uma preocupação permanente, no sentido de a pessoa cuidar da sua evolução axiológica, educacional, cultural, técnica e atitudinal, por conta própria, uma vez que os governos, as entidades públicas e as empresas, não podem fornecer tudo o que as pessoas precisam, para o seu autodesenvolvimento.

Trata-se de uma necessidade indispensável, pelas seguintes razões: a) Aumento da competitividade no mundo do trabalho e dos negócios; b) Mudanças continuadas e rápidas dos conhecimentos e das tecnologias; c) Necessidade ou conveniência de aumentar as condições de empregabilidade e de evolução na carreira; d) Contribui para aumentar a autoestima e autoconfiança; e) Nenhum empregador pode oferecer todos os treinamentos e desenvolvimentos que as pessoas carecem ter.

O Método de autodesenvolvimento constitui, afinal, a busca e a fixação das estratégias, conhecimentos e metodologias a seguir pelo próprio trabalhador, o qual organizará todo o estudo de acordo com as suas necessidades, face às exigências da Instituição em que está empregado, ou tenciona empregar-se.

O processo comporta algumas fases que se indicam a seguir: 1) Fazer uma autoanálise, para definir mais claramente seus interesses de aprendizagem e evolução, tendo em conta o seu nível de atualização profissional, da necessidade de aquisição de novos conhecimentos e habilidades; 2) Para ajudar no autodiagnóstico é preciso determinar o grau de insatisfação em termos de desenvolvimento pessoal; 3) Definir um roteiro, e/ou um método adequados, para o autodesenvolvimento, estabelecendo objetivos claros e atingíveis, constantes do plano pessoal, sobre o qual deve haver um controlo da evolução; 4) Não ficar apenas na intenção, mas partir, firmemente, para a ação, empreender, correr riscos, se necessário, visando alcançar os objetivos; 5) Compartilhar os propósitos com outros, e selecionar pessoas que possam ajudar, buscando, alternada, ou paralelamente, apoio ou suporte para coadjuvar a alcançar os objetivos; 6) Ser perseverante no processo de aprendizagem, considerando-se importante recarregar a “bateria” da automotivação; 7) Avaliar, continuamente, os resultados do processo de aprendizagem, verificando os avanços e os fracassos.

O autodesenvolvimento é, portanto, um método contínuo na vida, porque além de necessário, pelas muitas razões já enunciadas, deve ser visto, também, como uma forma de tornar a vida mais interessante.

Com esse objetivo sugerem-se algumas boas-práticas, nomeadamente: a) Identificar, priorizar e planear os conhecimentos que são necessários adquirir ou reciclar, e que competências e habilidades se necessita desenvolver; b) Reservar algumas horas do tempo livre, para ler um bom livro relacionado com a área de interesse; c) Trocar parte das horas gastas a ouvir música, vendo televisão, ou outras atividades de lazer, para aplicação em algum tipo de estudo ou aprendizagem, transformando os momentos de autodesenvolvimento em prazer; d) Formar e manter grupo de conversas ou debates periódicos, com parentes, colegas ou amigos, para tratar de assuntos de cultura geral, úteis para a vida, nomeadamente: arte, ética, politica, economia, saúde, cidadania; e) Ampliar os conhecimentos ligados às atividades desenvolvidas, tornando-se polivalente ou policompetente; f) Reciclar, constantemente, os conhecimentos relativos à profissão principal; g) Desenvolver habilidades de relacionamento interpessoal e aplicar valores, princípios éticos, senso de responsabilidade, coerência, lealdade, sinceridade e honestidade; h) Participar em cursos, palestras, seminários e eventos temáticos na área dos interesses próprios.

Como competências importantes para o autodesenvolvimento, podem destacar-se as seguintes: 1) Capacidade de estudar; 2) Aptidão para descobrir fontes de informação e de conhecimento; 3) Ter curiosidade; 4) Ter persistência; 5) Saber administrar o tempo; 6) Estar automotivado.

Finalmente, referem-se as características das pessoas que as empresas querem ter como empregados: 1) Ser responsável por sua vida pessoal; 2) Demonstrar que pode agregar valores; 3) Ter um impacto positivo na empresa, com colegas e amigos; 4) Saber, querer abraçar e iniciar mudanças; 5) Trabalhar com inteligência, empenho, agilidade e sentido de melhoria; 6) Comunicar-se aberta e diretamente; 7) Buscar oportunidades de liderança; 8) Comprometer-se com o autodesenvolvimento ao longo da vida.

 

Venade/Caminha – Portugal, 2021

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

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