Deixe-me ser mulher!
Verdade seja dita: hoje em dia é pecado dizer que mulher é o sexo frágil. Calma! Antes que me atirem a primeira pedra, deixem-me explicar nessa minha breve reflexão sobre aceitar ser protegida, paparicada, colocada no colo…
E isso não tem nada a ver com submissão não. Qual a mulher que não quer um mimo de vez em quando ou sempre? Qual é a mulher que não quer se sentir amada e, acima de tudo entendida na sua fragilidade?
Afinal, fragilidade não é nenhum tipo de doença ou defeito. E então? Podemos ser mulheres? Podemos falar das nossas fraquezas sem parecermos antiquadas e taxadas de coitadinhas?
Como faremos um tipo que não somos, só para agradar uma sociedade que, além de machista, agora é feminista também?
Tem dias que me sinto a Mulher-Maravilha, mas em outros prefiro ficar presa em meu castelo, feito uma Rapunzel. Posso? Acho que cansei de ter de provar o tempo todo que sou a empoderada, a que resolve tudo, a que é dez vezes melhor do que o homem. Onde eu irei parar com isso? Será que só vou ser aceita neste mundão de meu Deus se eu for a poderosa chefona? Aquela obrigada a dar conta de tudo o tempo todo, da casa, dos filhos, do marido, do emprego da academia, do canal no YouTube… Quero saber se eu posso me dar ao luxo de ser eu mesma na minha essência de mulher. Forte e frágil quando quero, ou melhor, quando a minha natureza grita!
Disposta ou indisposta, menstruada ou na menopausa, mas, sem culpa por não ter dado conta de tudo e sem culpa de, a todo instante, querer me igualar aos homens. Eu não quero me igualar a ninguém, eu quero respeito e ser respeitada como um ser humano. Eu não preciso dirigir um tanque de guerra só para ouvir as pessoas dizerem “essa é cabra macho”. Não! Eu quero ser mulher, preparar o meu café da manhã, cuidar da minha casa, do meu marido, trabalhar nas coisas que eu gosto e que me dão prazer, sem a cobrança de ter de ser melhor que o sexo oposto. Ser apenas, livre.
Andreia Caires
andreiacairesrodrigues@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024