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Diamantino Loureiro Rodrigues de Bártolo: 'De onde vimos? Para onde vamos?'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

De onde vimos? Para onde vamos?

Há quem pense que a duração física humana não tem limites, por isso, tais pessoas entendem que o importante será sempre alcançar determinadas posições, estatutos, bens materiais e poder, no seio da comunidade onde se inserem, não olhando a meios para alcançarem objetivos, quantas vezes, os mais ignóbeis que se possam imaginar, passando por cima dos mais essenciais princípios, valores, deveres, direitos e sentimentos dos seus semelhantes.

Nesta luta por uma sobrevivência material, o mais faustosa e poderosa possível, a pessoa humana até se esquece de que outros seres, outras forças, o próprio homem, também constituem obstáculos que ao longo da vida se atravessam no seu caminho. A nossa origem física, seguramente que se conhece suficientemente bem, sendo certo que resulta da procriação natural, ou artificial, por isso, sabemos de “Onde” vimos, assim como temos conhecimento de como nos devemos preparar para prosseguir ao longo da estrada da vida, com as melhores condições possíveis.

A sociedade organiza-se num espaço, com normas sociais, consuetudinárias e jurídicas, que devem ser cumpridas por todos, para que a harmonia possa reinar e ninguém se sobreponha, por qualquer processo ilegítimo e ilegal, aos seus semelhantes, enquanto pessoas físicas, dotadas de deveres e direitos, convivemos uns com os outros, também em função do que nos é transmitido pelas gerações anteriores, desde logo a começar nos nossos pais, educadores, professores/formadores, escola, Igreja, comunidade, atividades cívico-políticas, entre outras entidades e atividades.

Indiscutivelmente, os Governos desempenham um papel importantíssimo na nossa Educação/Formação para a vida, ajudando-nos a preparar um futuro profissional e cívico, obviamente com o nosso indispensável contributo, que é fundamental e, sem o qual, não será possível atingirmos qualquer objetivo positivo no seio da comunidade onde nos inserimos e queremos singrar na vida.

Entre o “de onde vimos” e o “para onde vamos”, existe, portanto, todo um trajeto que é necessário percorrer, com muito equilíbrio, com enorme bom senso e, acima de tudo, com dignidade, esta no sentido de começarmos por nos respeitar a nós próprios, para depois termos idêntico comportamento para com os nossos semelhantes e estes, por sua vez, nos retribuírem. Não há outra alternativa.

A vida é um bem precioso, que nenhum ser humano tem o direito de a eliminar, seja de que forma for, sejam quais forem as razões. A existência humana é demasiado valiosa, inviolável e insubstituível para ser desperdiçada ou maltratada, porque ela comporta dimensões que, possivelmente, nenhuma outra espécie tem.

Todos nós lutamos pela vida, não queremos morrer, salvo as exceções de quem está num grande padecimento, que deseja a eutanásia como processo de colocar fim à sua existência sofredora, ou de quem se suicida por motivos “altruístas” e martirizantes, segundo algumas religiões, ou, ainda, de qualquer outra natureza, mas é verdade que a esmagadora maioria das pessoas faz tudo, dá tudo, para poder viver o melhor e o mais tempo possíveis.

Evitar refletir, e/ou conversar sobre a morte, parece cómodo para muitas pessoas que, elas próprias, entendem que isso nunca lhes vai acontecer, e com esta ideia, por si só doentia, comportam-se perante os seus semelhantes como se realmente fossem os donos da verdade, da inteligência e do mundo, atropelando todos os princípios, valores e sentimentos que são próprios de cada ser humano.

O problema é que a morte existe, não poupa ninguém: ricos e pobres; arrogantes e humildes; intelectuais e iletrados; novos e idosos; mulheres e homens. Mas o mais desesperante é que ninguém consegue afirmar para “onde vai” depois da morte física do corpo! O que acontecerá a seguir a este desenlace?

Para os crentes de uma determinada religião, o ser humano, sendo composto por corpo e alma, esta, depois da morte daquele, dirigir-se-á para um espaço infinito, onde ficará a “pairar” até uma nova reincarnação. Para outras crenças, o corpo depois de morto fica numa situação de adormecimento, não se fazendo qualquer referência à outra possível componente, a alma.

É esta incerteza: o de não se saber “para onde vamos”, que para muitas pessoas se torna numa verdadeira angústia, porque muitas delas consideram que têm direito a um fim “celestial”, junto de um Deus protetor, tolerante e perdoador, esquecendo-se, por vezes, que enquanto viventes neste mundo, cometeram as maiores injustiças e atrocidades contra os seus semelhantes.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

site@nalap.org

http://nalap.org/Directoria.aspx

 

 

 

 

 

Diamantino Bartolo
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