É assustadora (e incômoda) a atualidade de ‘A Onda’, que agora chega ao teatro em livre adaptação e direção de Mario Persico
O espetáculo é uma livre adaptação do livro de Todd Strasser que inspirou dois filmes homônimos, um americano (1981) e outro alemão (2008), e ainda inspirou uma série da Netflix (Nós Somos A Onda – 2019). É assustadora (e incômoda) a atualidade de ‘A Onda’, que agora chega ao teatro em livre adaptação e direção de Mario Persico.
Série, livro e filme são inspirados em fatos reais. Em 1967, na Califórnia, nos Estados Unidos, o professor Ron Jones fez um experimento com seus alunos de estudos sociais. Basicamente, ele gostaria de estimular os estudantes a responder o seguinte: seria possível um regime como o nazista renascer hoje em uma democracia?
O professor então faz uma experiência com seus alunos, sem que eles saibam que estão sendo usados para demonstração da tese que o nazismo não é algo distante ocorrido na Europa e que na verdade ele pode vir à tona em qualquer momento e lugar.
A trama do espetáculo A Onda é muito competente no desencadeamento das situações, mostrando como simples estudantes podem transformar-se em criminosos, amparados em ideias à priori boas como disciplina e pertencimento a um grupo de auxílio mútuo.
O subtítulo – A Noite das Adagas Longas faz referência a um expurgo que aconteceu na Alemanha Nazista na noite do dia 30 de junho para 1 de julho de 1934, quando a facção de Adolf Hitler do Partido Nazista realizou uma série de execuções políticas extrajudiciais, matando oficiais nazistas homossexuais. Era o nazismo se livrando dos seus que já não mais serviam ao poder e estabelecendo Hitler como “o juiz supremo do povo alemão.”
Assim, o diferente no grupo é o homossexual, até certo ponto tolerado pelo grupo, mas eliminado quando começa a se rebelar.
Por ser baseado em fatos reais e abordar um assunto bastante atual e importante, A Onda é um daqueles trabalhos que merecem serem revisitados, estudados e comentados. Afinal, pode-se tranquilamente dizer que o experimento do professor, exposto na peça, era uma forma de comprovar a clássica frase do dramaturgo alemão Bertold Brecht: “A cadela do fascismo está sempre no cio.”
Participam do espetáculo os atores:
Cesar Augusto
Eloisa Soares
Fabricio Catani de Freitas
Giovanni Lucca Camargo
Gustavo Ribeiro
Gustavo do Nascimento
Lenice Gomes
Mizael Herrera
Jeff Saints
Joyce Stefane Brasil
Lais T. de Souza
Mario Persico
Pedro Machado
Rebecca Lopes
Rita de Cássia
Stephany Araújo de Alencar
Iluminação: Ivy Sobral
Sonoplastia: Mario Persico
Violão: Gilmar S. de Araújo
Fotos: Antônio Zardos
Serviço:
Espetáculo: A Onda – Ou a Noite das Adagas Longas
Local: Teatro Escola Mario Persico
Endereço: Rua da Penha, 823
Data: 11/03/2023
Horário: 19h00
Ingressos: R$ 15,00 (Preço Único)
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024