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Trabalhar em equipa de valores

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:

Artigo ‘Trabalhar em equipa de valores’

Foto do autor do texto, o colunista Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo

A população em geral, as pessoas em particular, constituem as famílias, as pequenas comunidades, a sociedade. O povo é inteligente, prudente, sábio e, por que não o dizer, quando se apercebe que o querem enganar, também sabe ser “manhoso”, justamente para salvaguarda dos seus legítimos interesses e da sua própria dignidade. Que ninguém pense que engana, sistematicamente, o povo, porque ele, mais cedo ou tarde, sabe fazer justiça salomónica, portanto, todo o cuidado é pouco quando se tenciona constituir uma equipa de trabalho, na circunstância, para prestação de serviço público.

A juventude constitui uma faixa etária da sociedade muito importante e promissora, porque é generosa, inteligente, voluntariosa, sonhadora, criativa, convicta e irreverente, teoricamente, bem habilitada em vários domínios do conhecimento técnico-científico, que pode ajudar a mudar o mundo com os seus novos valores, obviamente, coerentes com a dignidade da pessoa humana.

O mundo e o futuro, pertencem às crianças e aos jovens de hoje que, por sua vez, serão idosos, um dia mais tarde, na linha irreversível do tempo e da vida. A juventude talvez ainda não esteja adequadamente preparada, para assumir determinadas funções, por isso a responsabilidade das gerações seniores é muito grande, para auxiliarem os jovens a consciencializarem-se de que o futuro será deles, com responsabilidade, competência e humanismo. São eles que vão criar as condições para darem uma melhor qualidade e nível de vida aos seus avós, pais, familiares, amigos e cidadãos em geral, que caminham para o “fim da linha da vida”.

É necessário instruir a juventude para os valores, normas, sentimentos nobres, emoções, próprios de um povo, de uma cultura humanista, enfim, de uma civilização milenar, extremamente rica e, eventualmente, ímpar. Com este objetivo, os mais novos terão todo o interesse em escutar, atenta e respeitosamente, os seus progenitores, amigos verdadeiros, colegas idóneos.

Tentar colocar os seniores à margem do processo de desenvolvimento e equilíbrio da sociedade, é um tremendo equívoco, sinal de inexperiência, de imaturidade, de irresponsabilidade e de arrogância na medida em que: «Temos que aprender a escutar os mais velhos. Nós excluímo-los da vida social. Utilizámo-los para suprir as nossas carências e resolver as exigências da vida quotidiana, mas não estamos dispostos a escutá-los. Falta-nos tempo, paciência e disponibilidade para o fazer. Temos um preconceito contra o que podem dizer e isso atira-nos para um mundo de iguais onde se não produzem novidades nem se altera a endogamia.» (TORRALBA, 2010:126).

A organização de uma equipa de trabalho implica, portanto, ter a plena consciência das caraterísticas dos seus elementos, de tal forma que as qualidades de uns, sendo, talvez, insuficientes, possam ser complementadas por outras virtudes dos restantes membros e, pelo mesmo raciocínio, os defeitos de outros, possam ser colmatados pelas capacidades virtuosas dos restantes, funcionando nesta lógica as faixas etárias, as proveniências profissionais, culturais e familiares. Claro que é extremamente difícil conjugar todos os requisitos: “o ideal é inatingível”; e “o ótimo é inimigo do bom”.

A humildade e a gratidão são, porventura, dois dos grandes valores e virtudes que se podem concentrar numa pessoa e, com relativa frequência, nelas, a humildade e a gratidão, como que se envergonham de se revelarem, ou então, simplesmente, não existem em diversas pessoas, normalmente, naquelas em que predomina um ego exacerbado, um desejo incontido de protagonismo, de ânsia de domínio, uma sistemática invocação de alegada superioridade.

Por vezes, defrontamo-nos com pessoas que nos deixam numa situação desconfortável, eventualmente, humilhante, porque elas parece que tudo sabem, tudo conseguem, não conhecem os fracassos da vida, porque sempre tiveram uma “almofada”, que alguém lhes colocou por baixo das asneiras que iam cometendo, apenas sabem, presunçosamente, alardear vitórias (quantas vezes à custa dos outros), enfim, um rosário de autoelogios: “insubstituíveis “salvadoras da pátria”, isto é, o narcisismo e o egocentrismo, elevados ao seu expoente máximo.

Uma equipa de trabalho não pode comportar os “ego-iluminados”, sob pena de se autodestruir e, pior do que isto, provocar graves cisões e prejuízos no seio do grupo e da própria população que espera dela medidas, atos e resultados favoráveis à resolução dos problemas. Que deseja compreensão e generosidade.

Bibliografia

TORRALBA, Francesc, (2010). A Arte de Saber Escutar. Tradução, António Manuel Venda. Lisboa: Guerra e Paz, Editores S.A.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal



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