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Páscoa na sua dimensão espiritual

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Diamantino Loureiro Rodrigues de Bártolo:

‘Páscoa na sua dimensão espiritual’

Diamantino Bártolo
Diamantino Bártolo
A ascensão de Jesus ao Céu
A ascensão de Jesus ao Céu
Geração de imagem por AI, da Gencraft

Como em todos os anos, desde há muitos séculos, o tempo Pascal revela-se um período extremamente simbólico, que culmina com o Domingo de Páscoa. Segundo a tradição Cristã é comemorado com alegria, na medida em que significa a Ressurreição de Jesus Cristo, e a sua ascensão ao Céu.

A Páscoa também é um período que finaliza o tempo quaresmal, durante o qual se cumprem algumas regras religiosas, alimentares em determinados dias da semana, e os rituais próprios, segundo os preceitos católicos, naturalmente que observados pelos crentes em Jesus Cristo ressuscitado, nos dogmas da Igreja Católica e nos seus valores, inerentes à Fé, numa vida celestial eterna.

A semana que antecede o “Domingo da Ressurreição de Cristo”, é carregada de simbolismo, profundamente vivida e sentida pelos fiéis católicos, com uma adesão ainda muito significativa, a um conjunto de rituais que, ao longo da “Semana Santa”, decorrem em todas as Igrejas Católicas.

A exemplo do que acontece com outras festividades: Ano Novo, Carnaval, Natal, entre outras comemorações, também a Páscoa se caracteriza por uma outra vertente, não religiosa, porém, legítima, que se prende com o aumento do consumo de bens materiais, principalmente aqueles que são de uso corrente em geral, e para o próprio dia pascal. Há todo um conjunto de objetos que são tradicionais desta solenidade católica.

Importa, todavia, refletir sobre a dimensão espiritual da Páscoa, a vertente religiosa, com toda a sua influência nos crentes católicos, e também na conjugação prática destas valências, no sentido de se construir uma solução eclética: que leve cada pessoa em particular; e a sociedade no seu todo, a alterar comportamentos lesivos dos legítimos e legais interesses individuais e coletivos, respetivamente.

A Humanidade é uma só que, juntamente com outros seres animais, vegetais e minerais, habitam este mesmo planeta. Degradar o equilíbrio, já de si muito precário, entre os diferentes seres e forças da natureza, é um erro que a inteligência humana deve corrigir de imediato, e evitar no futuro.

Na Páscoa, mas não só, a confraternização entre crentes das diferentes religiões é possível, basta que se respeitem, que se aceitem as convicções, a fé e os rituais dos diferentes, que se congreguem as convergências e assumam as diferenças, sem hostilidades, porque, afinal, ainda está por se provar qual a religião que é dona da verdade absoluta.

Neste mundo complexo, difícil, conturbado e, por vezes, sem rumo, o que se verifica, em alguns pontos do planeta, é que os conflitos políticos, estratégicos, religiosos, económicos, e até de natureza financeira, têm de ser resolvidos pela força do diálogo, e nunca pela violência das armas que, estas sim, destroem tudo por onde passam: crianças, mulheres, idosos, pessoas inofensivas e frágeis, que não pediram para nascer, nem para viver sob a ameaça dos poderosos meios bélicos.

A Páscoa é um tempo especial, a época para se ressuscitar os valores religiosos mais consentâneos com a civilização moderna, humanista e defensora dos Deveres e Direitos Humanos, mas para isso o diálogo entre religiões, a política e a economia, têm de ser melhoradas, aprofundadas e sempre aperfeiçoadas, com medidas justas, que proporcionem paz, tranquilidade, conforto e Felicidade.

A Páscoa deverá ser, também, a festa da “Ressurreição” dos valores humanistas universais, um tempo de indulgência e reconciliação, em todos os aspetos inerentes à condição humana, na medida em que há erros que se cometem, que apenas uma entidade Divina tem poderes para perdoar e, ainda assim, no que ao ser humano respeita, absolver não significa esquecer, porque com o perdão/desculpa, pretende-se dar uma nova oportunidade, a quem nos magoou e ofendeu.

Recuperar, portanto, boas práticas humanistas, também no âmbito das virtudes que mais desejamos ver exercidas – Prudência, Temperança, Fortaleza, Justiça, Fé, Esperança, Caridade, Compaixão, Benevolência, entre outras – porque só o ser humano é dotado destas superiores qualidades, por isso, mas não só, ele é tão diferente de todos os seres que coabitam com ele na terra.

Um apelo deixo aos mais favorecidos, a começar nos governos de todas as Nações, para que nunca, em circunstância alguma, descurem os cuidados humanistas que devem, e têm obrigação para com os seus cidadãos, afinal, todos aqueles que lhes concederam o imenso poder que, após o voto popular, assumem em seus países. Essa é que é a obra mais importante e que nesta Páscoa sirva de profunda reflexão para toda a população mundial.

Páscoa que se pretende para todas as pessoas, como um dia, pelo menos um dia no ano, de meditação, de recuperação de valores humanistas universais; um dia para festejar e recomeçar com novas: Precaução, Moderação, Robustez, Justiça, Fé, Confiança, Caridade, Comiseração e Generosidade. Uma nova Esperança Redentora, entre a família, os verdadeiros e incondicionais amigos. A todas as pessoas: Páscoa Muito Alegre e Feliz. ALELUIA.

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal


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