Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo:
‘Apostolado do professor/ formador’
Construir o magnífico e transcendente edifício denominado Cidadão do Mundo, não é a mesma coisa que fabricar bombas atómicas, elaborar teorias que poucos entendem, muitos ignoram e a ninguém beneficia.
A formação que se impõe para o futuro, deve surgir como um projeto estruturante de uma cultura profissional, assente na atitude metodológica reflexiva, tendo por objetivos: o rigor e o sentido dos valores humanistas.
Formar o cidadão do mundo, para a mudança que se vem operando, exige: professores, formadores e educadores, exclusivamente, ao serviço dos objetivos educacionais, em ordem à construção de um mundo mais civilizado, em todos os setores das diversas atividades das pessoas humanas.
A educação/formação, por meio dos seus currículos e procedimentos da vida escolar, tem um papel de grande importância e responsabilidade, no desenvolvimento das competências cívicas, profissionais e sociais dos indivíduos, o que é decisivo para o Estado de Direito Democrático.
O formador tem de se metamorfosear num orientador, num conselheiro, num organizador de aprendizagens, num colaborador, num colega e programador de saberes, em contextos de formação, também eles facilitadores de transformação.
A luta contra os valores irracionais, que imperam um pouco por todo o mundo, deve ser reforçada, não pela força das armas, sim pela: coerência, verdade e justeza dos argumentos, através do diálogo, assertivo, franco e frontal, pela harmonia das posições moderadas, pela compreensão das opiniões diferentes, quando razoáveis, lógicas e sensatas, pela tolerância com que devem ser interpretadas atitudes menos corretas e, finalmente, pela cooperação entre os povos.
No processo de formação ao longo da vida, que a todos diz respeito, o professor/formador não é um aprendiz qualquer, na medida em que lhe cabe liderar, responsavelmente, os processos de aprendizagem e projetos concebidos por outros seres humanos, seus semelhantes. O estatuto ético-profissional justifica a disponibilidade e determinação para percorrer um caminho de formação, quantas vezes solitário e pessoal.
Discute-se, atualmente, um pouco por todo o mundo, o sistema educativo ideal ou, pelo menos, o mais perfeito possível. Alteram-se processos de avaliação, introduzem-se novos conteúdos programáticos, exigem-se professores/formadores competentes, dedicados, em regime de exclusividade na escola onde estão colocados, e determina-se que executem tarefas que seriam melhor realizadas por outros profissionais, desde logo nos domínios burocrático-administrativos e financeiros.
A educação/formação, através da Escola, deve reforçar algumas qualidades, sem as quais não sobreviverá no mundo contemporâneo. Valorizar a autonomia pessoal, a busca do verdadeiro conhecimento (até onde for possível chegar à verdade), a generosidade e a coragem.
Como formar este professor/Formador? Trata-se de uma tarefa que se impõe aos Governos e também aos próprios, e que passa por um novo conceito: formação ao longo da vida, com a vida e para a vida; afinal, formação contínua.
Considera-se essencial, para a sociedade, aprofundar o mais possível toda uma estratégia e metodologias adequadas, em ordem à valorização da Educação/Formação para: o conhecimento, para a cidadania, direitos humanos, enfim, axiologia em todas as suas dimensões, tendo como objetivo a preparação da criança, do jovem e do adulto, para a participação responsável dos cidadãos na vida pública do país, através de processos de representação política e do empenhamento das Instituições da sociedade civil, tendo como base os princípios e valores fundamentais da democracia.
Também a formação científica e técnico-profissional, como: projeto de vida ativa, de inserção no mundo do trabalho, da constituição da família, da prevenção da saúde, da segurança e da velhice. O saber-fazer é, indiscutivelmente, essencial para a dignificação da pessoa humana, no sentido da exigência da melhor qualidade de vida a que tem, constitucional e legitimamente, direito.
Como é óbvio, esta participação implica um conjunto de conhecimentos, competências, capacidades e atitudes, voltadas para a intervenção ativa e que também cabe à escola transmitir aos cidadãos. No limite da construção deste novo cidadão, para o atual século XXI, os professores/formadores têm a inevitável responsabilidade de cada um em sua área, transmitirem e darem o exemplo dos saberes: ser, estar, fazer e conviver em sociedade.
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
Contatos com o autor
- Gerir e liderar, com arte e ciência - 7 de novembro de 2024
- O homem contemporâneo na relação do eu-tu! - 31 de outubro de 2024
- Gestão da comunicação - 21 de outubro de 2024
Natural de Venade, uma freguesia portuguesa do concelho de Caminha, é Licenciado em Filosofia – Universidade Católica Portuguesa; Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea – Universidade do Minho – Portugal e pela UNICAMP – Brasil; Doutorado em Filosofia Social e Política: Especialização: Cidadania Luso-Brasileira, pela FATECBA; autor de 14 Antologias próprias: 66 Antologias em coedição em Portugal e no Brasil; mais de 1.050 artigos publicados em vários jornais, sites e blogs; vencedor do III Concurso Internacional de Prosa – Prémio ‘Machado de Assis 2015’, Confraria Cultural Brasil – Portugal – Brasil; Prêmio Fernando Pessoa de Honra e Mérito – Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas do Brasil’ 2016; Vencedor do “PRÊMIO BURITI 2016”; Vencedor do Troféu Literatura – 2017, ‘ZL – Editora’ – Rio de Janeiro – Brasil, com o Melhor Livro Educacional, ‘Universidade da Vida: Licenciatura para o Sucesso’; Cargos: Presidente do NALAP – Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa; ; Condecorações: Agraciado com a ‘Comenda das Ciências da Educação, Letras, Cultura e Meio Ambiente Newsmaker, Brasil’ (2017); Título Honorífico de Embaixador da Paz; Título Nobiliárquico de Comendador, condecorado com a ‘Grande Cruz da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral’ pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística; Doctor Honoris Causa en Literatura” pela Academia Latinoamericana de Literatura Moderna y la Sociedad Académica de Historiadores Latinoamericanos.
Foi bom ler, mais uma vez, que os professores devem atuar sob o prisma de “facilitadores de transformação”.
Parabéns pelo texto, prof. Diamantino!