setembro 19, 2024
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Mais um importante colunista colabora com o ROL: Ranielton Dario Colle, o 'Rani'

O ROL cresce de conteúdo e de importância com a entrada do Rani como colunista (HR)

 

É com grande prazer que apresento aos leitores o Ranielton Dario Colle, conhecido entre seus amigo como ‘Rani‘. Ele nasceu em 1975 na cidade de Criciúma, Santa Catarina. Formou-se em História na UDESC em meados do ano de dois mil. Fã de Herman Hesse, Dostoievski, Baudelaire, Willian Blake e sobretudo de Fernando Pessoa,  Khalil Gibran e John Fante,  terminou seu curso com um trabalho sobre este ultimo, onde fez um estudo sobre a literatura das décadas de vinte a quarenta do século passado e descobriu “a literatura beat dos anos cinquenta“, segundo suas próprias palavras. Atualmente faz parte do grupo ‘Coesão Poética’, que reúne os melhores poetas de Sorocaba e região e escreve pelo prazer de descobrir e se “autodescobrir em suas contradições“. Que seja bem muito bem vindo mais esse ilustre colaborador recomendado pelo não menos ilustre cronista Sergio Diniz da Costa, membro da Academia Votorantinense de Letras, Artes e História (Helio Rubens, editor).

Eis abaixo sua primeira contribuição:

IMOBILIDADE

Está frio quando você chega. Ao seu redor as pessoas conversam. Nada de novo. A fogueira crepita no luau. Alguns a observam parados, vidrados. Outros, contemplativos e observam… a fogueira. O mar à frente, as ondas.

Mas a noite apenas começou e é apenas uma questão de tempo para as vaidades; os hormônios, as máscaras. Mas nada disso te importa. Você só tem uma razão, um objetivo: Ela.

E você espera vê-la a qualquer momento; ela vai estar lá, você sabe. Você a deseja, ela não sabe; não deseja? Não pode saber. Você não assume; nunca assume riscos. O fracasso seria o fim. Insuportável. Porém toda segurança é ilusão; você se ilude, devaneia: Voce a vê em seus braços; um calafrio o percorre, um prazer sublime. Você abre os olhos, a fogueira à sua frente; ela te cega. A vida continua.

E eu o observo; noto seus receios, conheço suas preocupações; suas fraquezas. Intimamente. Sei os seus pecados; então, esta noite eu o domino. Tão perto. Eu te controlo. Você não pode reagir; não é sua culpa e toda culpa é sua porque eu te conheço.

Sim, você a quer. Eu rio; solto uma sonora gargalhada. Ela é linda; Loira, olhos verdes, quadris e peitos em destaque. Ela tem uma voz suave e sedutora e povoa seus sonhos. Ela o preenche enquanto a banda toca no quiosque perto do mar. Ao lado da fogueira casais se acariciam; trocam beijos; promessas; mentiras; sonhos. E é tudo tão intenso; tão profundo e duradouro quanto uma noite; uma estrela cadente; a eternidade; alguns minutos… Amigos para toda a vida rompem o vínculo; amores fugazes se eternizam. E ela é tão leve…

Eu te observo. Você observa a cena como a um quadro em movimento; como a cena de um filme. Todos ali celebram; se conhecem ou não; dançam; festejam; procuram, e procuram, e procuram afeto; diversão; um sorriso; a beleza; o bem; um amor; sexo; oportunidades; uma paixão; um sentido; prazer; prazer; drogas; qualquer coisa… E você? Você só quer ela. Embriagar-se em sua aura. Perder-se em contemplação de seu olhar, maravilhar-se ao escutá-la… e ficar dopado com a sua voz… ela é vida; ela é êxtase; e você não consegue nem lembrar como era antes… antes dela…

Ela chega com alguns amigos. Você a vê à distância. Ela está feliz. Ela está sorrindo; Você inveja o rosto para o qual ela sorri e agradece a Deus por tê-la visto. Então planeja: Calcula o que dizer; calcula os gestos e todas as palavras sinceras; improvisadas. Você calcula, mas você sabe: eu te observo; eu te domino; e esta noite você não vai tê-la; nem amanhã, nem nunca. Porque eu sou o teu mestre. Eu sou teu medo!

 

 

Ranielton Dario Colle.

Helio Rubens
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