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Pedro Novaes: 'inimigos de Papai Noel'

colunista do ROL Pedro Israel Novaes de Almeida – ‘INIMIGOS  DE  PAPAI  NOEL’

 

Noto, desde criança, a campanha difamatória que movem contra Papai Noel.

Diziam que as renas eram, na verdade, veadinhos, e que o paletó escondia as mais horríveis tatuagens. Outros apontavam para a eterna solteirice do velhinho, estranhando como alguém, naquela idade, jamais tivesse tido um comprometimento sentimental, ou arrastasse dezenas de pensões alimentícias vencidas.

Russos e cubanos comentavam, à boca pequena, que Noel era um agente norte-americano disfarçado, entregando brinquedos cujas peças de reposição só eram fabricadas por multinacionais exploradoras. Especialistas em segurança, por outro lado, garantiam que o velhinho era comunista, sempre com o uniforme vermelho, distribuindo brindes para levar à falência as gigantes capitalistas do setor.

A ideia de que Noel entrava nas casas pela chaminé era tida como uma tramoia para que as famílias não acendessem as lareiras, e comprassem agasalhos nas boas casas do ramo. Diziam, antigamente, que foram os fabricantes de meias os inventores do mito de que serviriam como depósitos de brindes, desde que não estivessem furadas.

Inimigos espalharam que o bom velhinho era casamenteiro, e quem acreditasse jamais ficaria solteiro. A notícia aumentou a popularidade entre as mulheres, mas causou sério abalo de imagem, no público masculino.

Noel atravessou séculos, e nem mesmo o advento do Hip Hop e Funk impediu que continuasse suas viagens pelo mundo. Tinha algumas dificuldades de locomoção, para entrar nos Estados Unidos ou sair de Cuba. No Brasil, começava a distribuir brindes já na alfândega.

O velhinho deve continuar seu roteiro por muito tempo, talvez séculos, pois foi convencido a aderir à Previdência Brasileira. Está preocupado com a pensão que restará às renas, em caso de falecimento.

Andam espalhando, por aí, que Noel foi citado em delação premiada, e seus brindes seriam custeados pela Petrobrás, por intermédio de grandes empreiteiras. Ao contrário do usual, o bom velhinho não disse que todas as doações foram contabilizadas, que está ajudando as investigações e é inocente. Somente disse, em alto e bom som, que jamais teve o apelido de Amigo dos Pobres, e Salvação da Lavoura.

Corruptos, ladrões e safados seguem tentando desacreditar o bom velhinho, e agora chegaram ao absurdo de dizer às crianças que Papai Noel não existe. Não é fácil conviver com alguém que atravessou séculos sem qualquer mácula.

Racistas radicais esbravejam contra o fato do bom velhinho não ser amarelo, preto ou rosado. Perguntado a respeito, Noel disse que sequer havia reparado que tinha cor.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.

 

Helio Rubens
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