Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
‘Idosos: Um Património Axiológico’


às 16:29 PM
Os idosos (ou os ‘velhos’, como vulgar e pejorativamente são designadas as pessoas a partir de uma certa idade, tradicionalmente, a partir dos 65 anos), começaram a ser marginalizados precisamente, com a institucionalização de propalados argumentos de inutilidade e, ainda mais grave, invocando-se os custos sociais que eles causam ao erário, ignorando-se que, foram eles, no seu tempo de vida ativa, com as respetivas comparticipações, que alimentaram o sistema de Segurança Social, e que cumpriram as suas obrigações fiscais.
Os idosos, tal como as gerações que se lhes seguem (as crianças e jovens de hoje), são o melhor património humano que um país pode ter, desde logo, se os governantes, professores, empresários, religiosos e de outras áreas, tiverem a inteligência e a visão estratégica, de saber utilizar o imenso manancial de: conhecimentos, experiências, sabedoria e prudência, que a maioria dos idosos possui, independentemente das suas culturas serem de natureza intelectualizada ou antropológica.
Desprezar o valioso contributo das pessoas que, não obstante, terem entrado no final de suas vidas, continuam válidas, disponíveis para manterem uma boa colaboração: com a sociedade em geral; com as gerações mais novas, em particular, constitui um grave erro, para além de uma mesquinha ingratidão daqueles que, de alguma forma, detêm determinado poder de decisão.
Apoia-se, portanto, uma teoria e uma prática que privilegiem os idosos, que lhes deem a oportunidade de passarem o testemunho de vida e de saber, em condições dignas, ao longo deste período de vida, que se considera o mais característico da existência do ser humano, no qual coexistem capacidades, saberes, ensaios, erudição, circunspeção, valores e segurança nas convicções, onde toda uma entidade se consolidou numa postura rigorosa, severa, mas também tranquila, confiante e estimulante para as gerações vindouras.
O progresso material, e a felicidade espiritual, da pessoa integrada numa sociedade, verdadeiramente humanista, passa, imperativamente, pela consideração devida aos mais velhos, e a tudo o que eles representam, com sucessos e com fracassos, porque eles são a História, a Língua, a Cultura, as Tradições, os Valores, o Trabalho feito, que os mais novos estão a usufruir e, se possível a melhorar.
Uma primeira abordagem, poderá ser desenvolvida no sentido de atender às necessidades daqueles que, por incapacidade de qualquer natureza, ou por opção própria, não podem, e/ou não querem continuar na vida ativa, preferindo os cuidados médico-sociais adequados, acompanhados de uma vida de reflexão, de tranquilidade e de recordações.
A educação e formação do idoso, para nesta fase da sua vida ter as melhores condições, não só para viver com melhor qualidade de vida, como também para estar à altura de transmitir às gerações mais novas, que se lhe vão seguir, todos os conhecimentos, experiências e sabedoria, constitui uma estratégia muito interessante, de grande visão político-social, porque se acredita na sua eficácia, justamente, para o bem-estar e felicidade espiritual do idoso.
Fica-se, todavia, com uma primeira reflexão sobre a importância dos idosos, bem como a riqueza que eles representam para o bem-estar e felicidade da humanidade, porque o património que eles carregam, fruto da educação e formação que foram adquirindo ao longo da vida, das experiências vividas e sabedoria acumulada, não se pode perder.
Jogar fora, por absurdos preconceitos etários, um património tão valioso, quanto inimitável e irrepetível, significa uma visão redutora, mesquinha e receosa da perda de um qualquer poder, ou de não o vir a alcançar mais cedo, porque, alegada e eventualmente, poderá haver um idoso no caminho da progressão de um jovem.
Venade/Caminha – Portugal, 2025
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente, Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos.