setembro 28, 2024
No Jornal ROL, as letras contundentes de Osvaldo Manuel Alberto
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No Jornal ROL, as letras contundentes de Osvaldo Manuel Alberto

Mestre em Terminologia e Gestão de Informação e professor, as letras de Osvaldo Manuel são vozes que não se calam!

Osvaldo Manuel Alberto

Osvaldo Manuel Alberto nasceu nos complexos becos do Cazenga, em Luanda, na então República Popular de Angola, no vigésimo quarto dia, do terceiro mês, do terceiro ano, da década de oitenta, do século XX, às 13 horas de uma sexta-feira mini.

É mestre em Terminologia e Gestão de Informação e licenciado em Relações Internacionais, e, atualmente, exerce a função de professor de Matemática e Gestor Escolar.

Começou a dar os primeiros passos na literatura em 2001, escrevendo crónicas, contos e poemas.

Escreveu no Jornal Nova em Folha, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal.

Tem vários textos na sua página do Facebook, e obras no prelo, entre científicas, ligadas à gestão escolar [Guia prático do (sub)director pedagógico], e literárias (Paixão perdida no Golungo e A Resistência ao fruto proibido).

Osvaldo Manuel inicia sua colaboração no Jornal ROL com o contundente artigo ‘Os aliados mortíferos do sistema de ensino’, não deixando ‘pedra sobre pedra’ em relação ao sistema de ensino angolano.


Os aliados mortíferos do sistema de ensino

Imagem gerada com IA do Bing - 28 de setembro às 5:22 AM
Imagem gerada com IA do Bing – 28 de setembro às 5:22 AM

Um sistema de ensino de qualidade não pode ser visto como um privilégio para uns, poucos quantos, ou outros, quantos tantos. Não pode ser percebido como um direito reservado aos filhos de Deus e aos do diabo raios que os partam.

Muitos pensam com alguma nostalgia o ensino no tempo de outra senhora, onde com a famosa quarta classe, caligrafia e aritmética não constituíam problemas, pese embora o nível gritante de violência física.

Actualmente, ‘acabou-se’ com a violência física nas escolas e parece que com ela foi o rigor e a vontade de aprender. Não que seja a favor da violência, nem que ache que violência e rigor/ vontade de aprender seja directamente proporcional, mas o que constatámos e com muita tristeza é verificar que o sistema de ensino foi tomado de assalto por uma quadrilha: os que se preocupam com números para dar show off; os que fazem balanços orientadores sobre graus de aproveitamento antes da correcção de provas; os vendedores de vagas que se aproveitam das suas posições privilegiadas; os que confundem rigor com brutalidade e arrogância; os que corrompem e são corrompidos para transitar de classe; os que oferecem e são oferecidos corpos em troca de notas; os que vendem e compram certificados; os que adulteram os resultados finais; alunos ‘descompromissados’ por ausência clara e inequívoca de modelos saindo do povoado; professores sem agregação pedagógica, sem vocação, empurrados ao ensino como única e exclusiva fonte de rendimento para o pobre que não quer ver chicoteado os seus filhos com os porretes coloniais; gestores desqualificados e desclassificados, ‘olhudos’ no dinheiro e gananciosos.

Estes altamente perigosos condenam gerações e gerações ao fracasso. Até parece um crime organizado com um único propósito de mutilar intelectualmente os filhos do plebeu.

Com um sistema de ensino doentio, o plebeu está forçado à inconsciência e até inconsequência. Quando ouve caros compatriotas, acredita que o dito cujo, aquele que nunca resolveu o seu problema, resolverá desta vez. Trata-se de uma questão de fé. Sim, acreditam que a fé (esperança nas coisas não vistas) é solução para os seus anseios. Mas que anseios? Se ele nem sequer sabe o que espera, mas espera o que não sabe, por esta razão tudo que recebe e se recebe, recebe só. Só e só e só como cantou Teta Lágrimas um dia.

Há muito pouca gente interessada em criar país. Uns tantos perdem-se em política partidária, outros poucos quantos perdem-se em ideologias insustentáveis. Há ainda os intransigentes e inconsequentes que nem sequer se perdem porque nunca se tinham achado.

Se quisermos fazer algo verdadeiramente útil para o país, temos de investir seriamente no sector da educação, privilegiando os COMs. Os com vontade de aprender, com vocação para ensinar e com mérito para dirigir. Pois os SEMs, sem vontade de aprender, sem vocação para ensinar e sem mérito para dirigir, quando actuam em tripla ou dupla já mostraram serem uns verdadeiros assassinos de gerações e até mesmo quando actuam unilateralmente os vestígios de podridão destes verdugos são incomensuráveis.

Deve-se sim, evitar que políticos doentios e comerciantes, insensatos, no ensino tomem decisões sobre política educativa, quer a nível macro como micro, se preferir a nível nacional como ao nível das escolas.

Ainda vamos a tempo de pensar país. Quando não aprovarmos medidas que condicionem as gerações futuras, nem quando nos preocuparmos única e exclusivamente com o fruto do nosso ventre. Pois todos os outros, também são frutos de ventre e resultados de ‘relações sexuais’.

País acima de tudo e amor ao próximo não pode ser sinónimo de transição automática cega, nem fluidez. De tanta fluidez, talvez tenhamos descoberto que água pode estar em quatro estados (líquido, sólido, gasoso e pó). Sim, pó, como é que não nos apercebemos antes se todos nós viemos do pó e lá voltaremos?
Apesar de lá voltarmos e pelo facto do nosso corpo ser constituído em 70 por cento de água, será que é facto bastante para cientificamente apurar-se que há água em pó? 
Que o leite não é água isso é irremediavelmente seguro, mas quanto ao resto deixemos para o resto pois sabemos o seu lugar.

Envergonhemo-nos quando as nossas instituições fiquem parasitariamente dependentes de nós e devemos nos orgulhar quando as coisas avançam com o pensar de cada um e de todos para que os aliados mortíferos do sistema de ensino tenham os dias contados!


Osvaldo Manuel Alberto


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Sergio Diniz da Costa
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