Paulo Roberto Costa
‘Esporte: participação ou alienação?’
O homem tem demonstrado, ao longo do desenvolvimento da humanidade, uma capacidade fantástica de autossuperação, de união de esforços na consecução de objetivos comuns e de dedicação e disciplina nas mais diversas atividades. Porém, em nenhuma delas isso se evidencia tanto quanto nos esportes.
O que há no esporte que tanto fascina o homem? O que torna um atleta um ser tão diferente dos demais, especial em muitos aspectos e único em alguns casos particulares? Que fatores concorrem para a alteração das atitudes e do comportamento humano, conduzindo a sociedade, convulsionando-a, alegrando-a em alguns momentos, entristecendo-a em outros?
Embora a humanidade tenha se modificado radicalmente ao longo de sua história, seus costumes, suas crenças; povos tenham surgidos e desaparecidos, seu apego pelo esporte manteve-se quase inalterado, inabalável.
Desde a antiguidade, principalmente no Império Romano, com suas famosas arenas e coliseus, onde o esporte nada mais era que um extrato caricaturado das guerras, o fascínio pelas disputas vem acompanhando os povos. Posteriormente, na Grécia, surgiram os jogos olímpicos, cujos ideais, de certa forma, desvincularam-se um pouco dos objetivos meramente belicosos, sem diminuir, entretanto, a emotividade e a constante ambição atlética de superação, vitória e glória.
Ano após ano os recordes foram sendo quebrados, elevando sistematicamente as dificuldades e os limites, tornando seus vencedores verdadeiros heróis, quando não mitos inesquecíveis. Entretanto, essa evolução constante dos esportes acabou por criar um novo negócio, desvirtuando, com isso, o espírito e o caráter meramente esportivo. Fatores sócio-econômicos passaram a influenciar sobremaneira as competições, criando o binômio poder econômico-poder esportivo, desequilibrando as disputas.
Os campeonatos, globalizados, tornaram-se verdadeiros campos de batalha nos quais os países passaram a demonstrar sua superioridade racial através de seus atletas, muitas vezes a qualquer custo. Os atletas começaram a se tornar verdadeiras máquinas anabolizadas de produzir resultados sobre-humanos em ritmos cada vez mais frenéticos, tornando a relatividade Einsteiniana um paradigma, onde os milissegundos adquiriram tanta importância quanto os anos luzes. O esporte passou a significar o estrelato, a riqueza, o poder.
Em contraponto a toda essa convulsão, permaneceu o esporte simples sobrevivendo apenas como uma arte quase esquecida, na qual o importante é a beleza, o virtuosismo, o estilo, a técnica e a habilidade simplesmente humana. Mais do que isso, como uma alternativa aos jovens para o desenvolvimento do caráter e da personalidade.
Os verdadeiros esportistas labutam para superar as pressões contrárias aos seus espíritos idealistas e demonstrar, com seu comportamento, dedicação e disciplina, o lado verdadeiro e fascinante das competições, da lealdade e respeito aos adversários e da integração entre parceiros, técnicos e equipes, no afã de trazer o esporte para as suas verdadeiras origens.
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024