novembro 21, 2024
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De Rio Claro a Sorocaba, a viagem de Giovani Miranda para realizar o sonho de ter uma banda!

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Há pessoas que levam a vida na flauta; há outras, porém, a flauta à vida! Esse é Giovani Miranda!

 

 

O Centro da cidade de Sorocaba sempre me inspira histórias. Basta, para tanto, ter olhos de ver, ouvidos de ouvir… e coração e alma de sentir!

Hoje, depois de ter terminado de comprar o costumeiro passatempo Palavras-Cruzadas, na Banca do Miguel, estava voltando ao local onde deixara o carro.

No meio do caminho, ao passar pela frente de um Banco, eis que, encostado à parede, me chamou a atenção um rapaz negro, magro, com  cabelos do antigo estilo ‘Black Power’, de óculos escuros e… tocando flauta!

No chão, uma pequena maleta aberta, onde se podia ver algumas moedas.

A pressa, a princípio, me fez tão somente colocar ali as poucas moedas que me sobraram e, mais por um gosto pela fotografia e pessoas interessantes, perguntei se poderia tirar uma foto dele.

Ele abriu um sorriso simpático e disse que sim.

Fotografado o instante, me despedi dele e me dirigi, novamente, ao carro.

Lá chegando, porém, imaginei se não poderia divulgar aquele rapaz e seu talento no Facebook. E assim o fiz!

Algo dentro de mim, no entanto, brotou, em forma de um pensamento: “Há pessoas que levam a vida na flauta; outras, porém, a flauta à vida!”

E esse pensamento me fez voltar àquele local e conversar com aquele estranho músico.

Seu nome: Giovani Miranda, um jovem de Rio Claro (SP), solteiro, com estudo apenas até o 8.º ano do ensino fundamental, que veio para Sorocaba para tentar se juntar a alguma banda.

Além do ensino fundamental, estudou flauta durante 5 anos, no Conservatório Musical de Tatuí.

Em meio à conversa, passei a observar mais atentamente a flauta. Visivelmente usada, pelo tom amarelado e já com pontos descascados.

Ele me disse que comprara de um senhor de Piracicaba, por um preço bem módico.

Pedi, então, que tocasse mais alguma coisa. E, conforme tocava, fiquei pensativo sobre como é possível um instrumento tão velho, tão usado, emitir notas tão nítidas, tão frescas; um som tão docemente pungente!

Comovido, perguntei a ele se dá pra sobreviver de música. ele me sorriu, novamente, e disse que a palavra certa é exatamente essa: ‘sobreviver’. E acrescentou: “Mas, com dignidade!”

A resposta me surpreendeu! Sobreviver, mas, com dignidade!

Nesse momento, lembrei-me das notícias diárias sobre todo tipo de violência, em especial, a corrupção!

Enquanto refletia, olhei bem dentro de seus olhos. E a frase dita, ainda repercutindo em minha alma, me fez acreditar que, finalmente, já estamos vivendo num verdadeiro e admirável Mundo Novo!

 

 

 

 

 

Sergio Diniz da Costa
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