Sônyah Moreira:
‘E O QUE DEUS TEM COM ISSO?’
Caro leitor, há dias em que acordamos, com uma idéia fixa em um determinado assunto, e sentimos uma necessidade imensa de colocar pra fora!
Quantas instituições religiosas, que surgem a cada dia? Inúmeras! E o que Deus tem com isso?Será que ele se decepciona de alguma forma? E segue pedindo aos homens para criarem uma atrás da outra?
Longe de ofender qualquer que seja a denominação!Vamos tratar a religião em termos históricos e seus vários elementos, deixando de lado as crenças em algo divino!
Temos que separar Deus de religião! Isto precisa acontecer com urgência!O Deus é único, ou não?Pode ter vários nomes, porém, único.
Pra acreditar em um ser superior, e dê o nome que melhor encontrar, não precisa fazer parte de nenhuma religião.
As religiões são feitas e administradas por homens, portanto, passíveis de erros, de muitos erros.
O que Deus tem com isso? É ele que pede para fazer templos faraônicos?É Deus que pede pra juntar obras de artes?
É ele que diz para que fieis façam doações milionárias? Ou, de acordo com o tamanho do milagre solicitado?
Algumas instituições religiosas usam a máxima de precisar de dinheiro para obras de caridade! Algumas até cumprem em parte.
A parábola, “ daí “a Cesar o que é de Cesar”, somente nas escrituras, pois todas as instituições religiosas são isentas de impostos.
Será que ele, Deus, passou procuração com amplos poderes aos diversos lideres religiosos?
A história deixa bem explicita qual o papel da religião na civilização. Por vezes opressora, outras, consoladora. A religião Influenciou tanto na evolução, quanto na estagnação dos seres, por séculos. Mergulhando por inúmeras vezes a humanidade nas trevas do conhecimento.
Em cada época, houve diversas religiões, sempre buscando ajustarem-se as necessidades do momento da história da humanidade, a retórica é sempre a mesma! É pecado, é imoral, você irá para o inferno, e assim seguidamente, por séculos e séculos.
Os dogmas adotados por lideres religiosos são de rebeldes sem causa, inconformados, á humildes, á espera de uma vida melhor na eternidade.
Poderosos governantes se convertem a certas denominações religiosas de acordo com a conveniência de seus interesses mundanos, usam da divindade para justificar os atos, alguns se autodenominaram herdeiros diretos.
Hoje, as religiões são semelhantes a roupas: Uns tentam colocar em seus fieis, uma indumentária, cujo tamanho não lhe cabe mais. Digamos que seria como querer vestir uma roupa de criança, em um adulto. Outros mudam de crença, como troca de roupas, a procura da perfeição.
O que Deus tem com isso? O fato de seguir uma determinada religião, não fará de você, uma pessoa cordata, honesta, ética, e, assim por diante.
O Deus, ou forma superior, que por ventura possa nos socorrer em nossas aflições, não determina, em hipótese alguma, a maneira como devemos nos portar.
As leis de conduta, para vivencia harmoniosa em sociedade foram feitas, tão somente por homens! O que dizer de pastores e religiosos, que infligem todas as boas práticas de conduta? No popularesco “Faça do que digo, e não o que faço”.
Hipócritas! Delegam suas culpas e julgamentos á Deus! Quanto terror é incutido nas mentes fracas, e quantos crimes hediondos são praticados em nome de Deus!
Quantas religiões fizeram desse mesmo Deus, um ditador, um ser sedento de sangue. Que Deus é esse? E o que dizer das práticas de queimar pessoas vivas em fogueiras?Levar seguidores á suicídios coletivos, tudo em nome de Deus!
Pra se crer, em qualquer que seja a forma de um ser superior, não necessitamos de pastores ou religiosos. Será que não podemos condicionar a nossa fé, sem que com isso precisemos nos aliar a qualquer nova ou velha religião?A verdadeira fé, independente de qualquer igreja.
Não precisamos de imposições religiosas para crer em algo, ou alguém superior. Nossa evolução como seres humanos, mostra claramente, os nossos limites, e nossa finitude diante da imensidão do universo.
Diante disso, digo-lhes que pode seguir sim alguma religião, mas não feche os olhos para os absurdos. Não se sinta superior em relação aos outros de religiões e preceitos diferentes dos seus.
O seu Deus, ou o meu é único, e nenhuma religião existente, ou extinta, tinha ou tem, a propriedade de seu nome, todas pregam a convergência para um único caminho!
A criação em sua sabedoria nos forjou, com capacidade suficiente para distinguir o bem, do mal. Somos possuidores de uma ferramenta chamada de livre arbítrio. Temos total controle sobre nossas escolhas, ou seja, “ Cada cabeça “uma sentença”!
Como toda liberdade, vem sempre carregada de responsabilidade, a escolha fica por nossa conta e risco, ao assumir o ônus de nossos desmandos, o responsável seremos unicamente nós.
Ao culparmos o divino, por tudo de ruim que nos aconteça,continuaremos algemados á idéia que podemos fazer de tudo. Depois, com um papo reto, um simples arrependimento, um “Mea culpa” e tudo se apagará.
Há religiões que pregam um Deus benevolente e misericordioso, que passará uma borracha em nossas faltas, e seguiremos assim, puros e inocentes como quando viemos ao mundo, será?
E o que Deus tem com isso? Acreditar ou não acreditar na existência de algo maior? Nosso efêmero entendimento não nos permite compreender inteiramente a magnitude, e os mistérios da criação.
Acreditar ou não, só depende de você! Ele ou Ela, te dá liberdade de escolha.
Ele, Ela, energia cósmica, criador, ou mais uma infinidade de nomes atribuídos a essa inteligência universal, não te obriga a nada, muito menos, autorizou quem quer que seja á dar ordens em seu nome.
Acredite se quiser, seja correto se quiser, siga as normas se quiser. Não use e nem deixe se usar, por falsos profetas, e seus dogmas arcaicos.
Apenas assuma o projeto arquitetônico de seu inferno ou de seu paraíso. No final será apenas você e ele!
Sônyah Moreira sonyah.moreira@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024