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Mário Mattos, 100 anos de puro talento

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Exposição das obras de Mário Mattos.  Homenagem aos 100 anos de dedicação à cultura

Logo da Academia Sorocabana de Letras
Logo da Academia Sorocabana de Letras – ASL

A Academia Sorocabana de Letras – ASL, promove, em parceria com o Instituto Cultural ‘José Aleixo Irmão’ e o Sorocaba Clube, o evento ‘Mário Mattos, 100 anos de puro talento, com exposição de quadros de sua autoria,  no Salão dos Arcos do tradicional clube, dia 22 de novembro de 2024, a partir das 19h e dia 23, a partir da 16h.

100 anos de dedicação à cultura

Mario Mattos - Foto da página de Mário Mattos no Facebook
Mario Mattos – Foto da página de Mário Mattos no Facebook

Mário Barboza de Mattos, natural de Pelotas, RS e  Cidadão Sorocabano, título recebido em 2011, permanece ativo, lúcido e produtivo, aos 99 anos, prestes a completar, no próximo dia 12 de dezembro, 100 anos de idade.

Mário Mattos, como assina as suas obras, iniciou sua carreira de artista bastante jovem, desenhando cavalos, nas coxilhas de Cangaçu, RS, aprimorando cada vez mais o seu talento para a pintura.

Aos 23 anos concluiu a faculdade de Agronomia e atuou como agrônomo em sua terra natal. Posteriormente, resolveu viajar para Porto Alegre, onde atuou como repórter no jornal A Tribuna. Casou-se em 1952 e após o fechamento do jornal, resolveu retornar à atividade ligada a sua formação, buscando oportunidade, primeiro no Rio de Janeiro, posteriormente, em São Paulo, na Secretaria da Agricultura e acabou em Pilar do Sul, em meados de 1958.

Pressionado pela esposa, alugou casa em  Sorocaba, onde mudou-se com a família, em 1964. Acusado de subversão por um desafeto, antigo delegado em Pilar do Sul, afastado por promover grilagem naquela cidade e corajosamente combatido por Mário, foi preso durante três dias.

Viajou para Pilar do Sul durante doze anos. Transferido para Araçoiaba da Serra, lá exerceu suas atividades por mais seis anos.

Não deixou a pintura de lado. Em 1970 viajou para o Sul para vender seus quadros. Na volta passou por São Paulo onde conversou com seu primo e amigo de infância, Barbosa Lessa, que o informou da bagagem histórica de Sorocaba, do Tropeirismo e das Feiras de Muares. Entusiasmado, retornou para Sorocaba e visitou o historiador Aluísio de Almeida, passou a ter contato com Vera Ravagnani Job, então diretora do Museu Histórico e Pedagógico Tobias de Aguiar que juntamente com outras personalidades e historiadores, como Adolfo Frioli, Porphirio Rogich Vieira e Adilson Cezar, resolveram aplicar, na prática, a Lei que foi aprovada nos anos 50, instituindo a segunda quinzena de maio como a Semana do Tropeiro. Mário e Roque José de Almeida (compositor popular) se encarregaram da divulgação e de angariar patrocinadores para continuidade do evento que ocorreu em 1951 e 1952, obtendo apoio político e sem desconsiderar os eventos anteriores, chamaram o de 1970, como a Terceira Semana do Tropeiro.

Em 1976 foi nomeado para a Divisão Regional Agrícola de Sorocaba, onde aposentou-se em 1989, aos 65 anos.

Acompanhou o sucesso crescente, com o apoio de diversos prefeitos e políticos, da Semana do Tropeiro, vendo o número de cavaleiros nos desfiles ultrapassar os dois mil, nos anos 80. Mário desfilava a cavalo e desenhava os cartazes, que passaram a ter ‘outdoors’ espalhados por toda a cidade.

No jornal Cruzeiro do Sul, publicou desenhos com Curiosidades do Tropeirismo a partir de 1983, a seção Fogo de Tropeiros e ainda publicou 14 contos nesse mesmo matutino.

Pintura a óleo - Foto da página de Mário Mattos no Facebook - https://www.facebook.com/mariobarbosade.mattos
Pintura a óleo – Foto da página de Mário Mattos no Facebook – https://www.facebook.com/mariobarbosade.mattos

Após o trágico acidente que vitimou seu primogênito, divorciou-se e casou-se com sua prima e ex-freira, Ruth Meireles de Mattos. Graças a sua autoestima, identidade cultural, a pintura e aos inúmeros amigos, enfrentou com galhardia os problemas e preconceitos atrelados a essa decisão.

Logo depois de sua aposentadoria, para resolver problemas de herança, vendeu a casa no Central Parque e retornou ao Rio Grande do Sul, em uma chácara, em Pelotas. Lá ampliou a sua participação cultural, ingressou no Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas, onde fundou o Núcleo de Estudos Simonianos, escreveu inúmeros artigos sobre seu patrono da ASL e o livro ‘Tempo de Resgate’, biografia de Simões Lopes Neto, realizou seminários e colaborou com o movimento tradicionalista gaúcho.

Fundado o Instituto José Simões Lopes Neto, foi eleito Vice-Presidente na assembleia de estruturação em 1999. O prédio foi restaurado e entregue ao público em 2006. Em 2007 publicou o livro ‘Garimpando no Mundo das Trezentas Onças’ e o Instituto JSLN instituiu o prêmio ‘Trezentas Onças’, sendo Mário um dos premiados.

Em 2010, por problemas de saúde, retorna a Sorocaba e reforça os laços culturais com a Academia Sorocabana de Letras, o Tropeirismo e a cultura tropeira de Sorocaba e região. Nos 356 anos de Sorocaba é selecionado para a publicação do poema acróstico ‘Um olhar sobre Sorocaba’.

Retorna, novamente, em 2011. Realiza mostra de aquarela tropeiras na FUNDEC, onde já existiam trabalhos seus doados pela viúva de outro Acadêmico, o Dr. Hélio Rosa Baldy.

Seu talento como artista foi reconhecido por todos os locais onde seus quadros foram levados. Em 1978 realizou a sua primeira exposição individual em Porto Alegre, obtendo consagração na mídia e no público. Pelos seus trabalhos foi incluído no Dicionário de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul, edições de 1998 e 2000.

Reside, atualmente, na cidade de Capão do Leão, no  Rio Grande do Sul. Foi o instituidor da cadeira de nº 27 de João Simões Lopes Neto, em 06/12/1980, na Academia Sorocabana de Letras e a esse patrono dedicou-se, de tal forma, que o reverencia até hoje.


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Sergio Diniz da Costa
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