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Sônyah Moreira: 'Tolerância e intolerância'

Sônyah Moreira:

‘TOLERÂNCIA E INTOLERÂNCIA’

 

No século XIII, Tomás de Aquino (1225-1274), um frade italiano, identificou a palavra tolerância, que vem do latim “tolerare”.

Tomás associou ao verbo tolerar, à paciência,  acolher alguém, dar suporte; todavia, o lado positivo não se manteve como tal.

Nos séculos XVI e XVII, com a reforma protestante, começou-se a falar em tolerância religiosa, um esforço da convivência harmoniosa, entre católicos e protestantes!

No século XIX, na França e em diversos países do mundo, a onda era falar das “casas de tolerância”, que nada mais eram que lugares onde se explorava a prostituição, lugares esses que admitia comportamentos que a sociedade não tolerava.

As palavras tolerância e intolerância são usadas inclusive na Medicina, para indicar a aceitação ou não de um medicamento.

Podemos descobrir diversos significados, usos e costumes em torno dessas duas palavras. Entretanto, depois desta introdução, para mostrar a multiplicidade de seus significados, vamos voltar ao nosso cotidiano.

Tolerantes e intolerantes não são apenas os outros, mas somos nós também. A linha é tênue nas relações interpessoais, e pode ser uma reciprocidade negativa.

Não podemos afirmar que a tolerância ou intolerância, ser fruto momentâneo, ele  é construído através da história cultural.

A história da intolerância religiosa ou a história da intolerância étnica, e   segue  assim por séculos, até os dias de hoje.

A carga de emoções que está  vinculada, nestas duas palavras, e em sua maioria negativa, é como se   involuntariamente nosso corpo sentisse essa energia que carrega tais verbetes!

O ser humano é dotado da capacidade de deixar a racionalidade e cometer crimes hediondos de intolerância; isso é como se essa irritação fosse capaz de acionar zonas de violência desconhecidas, fugindo ao controle emocional e racional.

O ódio ao próximo, a partir de diferenças étnicas ou religiosas, faz do ser humano um animal selvagem, e diariamente estampam os noticiários sobre delitos de tal natureza.

Assim, para tolerar, significa ter que aguentar o outro diferente, com suas crenças, sua Língua, suas tradições, voz, sexualidade, diferenças  que para muitos são ameaças.

Uma frase da Bíblia diz: “Por que vês a palha no olho de teu irmão e não vês a trave em teu próprio olho?” Ou, em palavras mais populares, por que somos tão perspicazes em apontar prontamente o defeito alheio?  Simples! A nossa arrogância nos leva a nos tornarmos  mestres individualistas.

Com isso, criamos desarmonia, guerra entre etnias, religiões, guerras sanguinárias entre sexos, ou gêneros, cada um  com suas verdades absolutas; todavia, esse absolutismo nos leva à desumanidade, à fera enjaulada que arrebenta as grades  e salta para o mundo.

O mundo está muito diferente do século XIII; o alcance do ódio ultrapassa fronteiras, com a rapidez da luz, as religiões, dispõe de inúmeros canais para chegar aos seus fiéis; com isso, a intolerância é visto por milhares de pessoas. O alcance da afronta de suas crenças é inimaginável, e nem isso os intimida.

A falta de respeito com objetos religiosos tornou-se tolerável para alguns; para outros, é normal; outros dizem até que temos mais com que nos preocupar!

Em nossos sonhos utópicos, a sociedade seria a perfeição, o Éden, cada um vivendo da maneira que melhor encontrar, ajudando a quem precisa, adorando seus deuses onde e quando achar melhor, ou da  que forma achar melhor.

Tolerância e intolerância! Deixemos o ser ignóbil que existe dentro de cada um enjaulado, sob controle emocional e racional, expurgando, desta forma, cenas dantescas, de agressões a qualquer que seja a diferença, religiosa  ou étnica.

Que tais episódios tornem-se raros, praticados apenas  por seres enlouquecidos e desprovidos de sanidade mental!

“Pai  perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”

 

Sônyah Moreira    sonyah.moreira@gmail.com

Sergio Diniz da Costa
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