setembro 18, 2024
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Gonçalves Viana: 'Una Italia cantante'

“No final do século XIX, San Remo era apreciada por seu clima, entretanto, não era conhecida pela beleza artística que possuía, e seus habitantes tinham um comportamento esquivo e tímido a um primeiro contato. Esse local encantador foi o palco de um acontecimento musical, o Festival Della Canzone Italiana, que ficou mais conhecido por Festival de San Remo.”

 

O italiano sempre foi um povo que teve a música correndo em suas veias, desde seus compositores de músicas clássicas e de óperas, tais como, Verdi, Rossini, Puccini, Leoncavallo, Beneamino Gigli, Tito Schipa, Giuseppe di Stefano e mais recentemente, Luciano Pavarotti e Andrea Bocelli.

Mas além do bel-canto dos clássicos, os italianos têm uma longa tradição com suas canções populares, as tarantelas, notadamente nas regiões da Sicília e de Nápoles: Mamma, Anema e Core, Torna a Sorriento, O Sole Mio, Santa Lucia, Mattinata, Guaglione, Parlame D’amore Mariu e tantas outras.

Para dar um leve exemplo, nos Estados Unidos, que sempre foi um gigantesco mercado musical, podemos verificar duas enormes influências musicais, os negros e os italianos, ou descendentes (Frank Sinatra, Perry Como, Dean Martin, Tony Bennett, Bobby Darin, Connie Francis e muitos outros.

Pois sim, esse povo tão afeito à música iria detonar, nos anos 60, um “boom” musical, com o surgimento de inúmeros cantores, assim como, uma legião enorme de excelentes compositores, tudo isso devidamente orquestrado por arranjadores (maestros) do porte de um Ennio Moricone, ou de um Nino Rota.

Mas esse advento ocorrido nos anos sessenta teve início, mais precisamente em 1951, numa pequena localidade ao norte da Itália, San Remo, a capital da Riviera das flores, cuja principal atividade econômica era o plantio de flores.

No final do século XIX, San Remo era apreciada por seu clima, entretanto, não era conhecida pela beleza artística que possuía, e seus habitantes tinham um comportamento esquivo e tímido a um primeiro contato.

Esse local encantador foi o palco de um acontecimento musical, o Festival Della Canzone Italiana, que ficou mais conhecido por Festival de San Remo. Esse festival é considerado um dos mais importantes eventos musicais do mundo ou, pelo menos, o mais importante da Europa, principalmente pela sua longevidade. É realizado sem interrupção, desde aquele ano, antes mesmo da chegada da televisão na Itália, o que ocorreu, em 1955, até os nossos dias.

Apesar de a premiação ter começado em 1951, a sua história teve início cinco anos antes, em 1946, justamente um ano depois do término da Segunda Guerra Mundial. Um floricultor de San Remo, Amilcare Rambaldi, propõe a realização de um festival anual de canções, mas devido a inúmeras dificuldades, a ideia não foi aceita de imediato.

Então em 1951, o diretor do Casino San Remo, Pier Bussetti, retomou o projeto do festival. O primeiro festival foi realizado de 28 a 31 de janeiro de 1951 e foi transmitido pelo rádio. Não obteve grande sucesso e houve, até mesmo, certo desinteresse por parte do público, talvez, pelos efeitos da guerra recém-terminada.

O primeiro lugar foi de “Gracie Dei Fiori”, interpretada por Nilla Pizzi. O segundo lugar, também teve Nila Pizzi cantando “La Luna si Veste d’Argento”.

O segundo festival, em 1952, teve um público mais empolgado com os participantes e, exigindo da vencedora – novamente Nilla Pizzi, com “Vola Colomba” – que cantasse também a música que havia vencido no ano anterior.

Com o passar dos anos o festival foi crescendo de tamanho e importância. Em 1955, com o surgimento da televisão, a RAI transmitiu o evento diretamente do Casino para toda a Itália. Nesse ano ele começou em 27 de janeiro e consagrou um cantor popular com voz de tenor, Claudio Villa, que foi o interprete de “Bongiorno Tristeza” classificada em primeiro lugar. Villa foi ainda o cantor de “Il Torrente”, o segundo lugar.

Em 1958, o festival já estava definitivamente consagrado, no que muito colaborou o vencedor desse ano, Domenico Modugno, com “Nel Blu Dipinto Di Blu”, que ficou conhecida como “Volare” e, tornou-se um tremendo sucesso mundial, com inúmeras regravações em todo o mundo.

Em 1959, Modugno repetiu a dose emplacando em primeiro lugar “Piove”, outro megassucesso mundial, também conhecida por seu refrão, “Ciao, Ciao, Bambina”. Domenico Modugno foi um dos maiores vencedores do festival, vencendo-o por quatro vezes.

No ano de 1967, a canção “Ciao Amore Ciao” de Luigi Tenco, apresentada pela cantora Dalida, foi desclassificada e, nessa mesma noite, Luigi foi encontrado morto em seu quarto de hotel. O caso foi logo definido como suicídio, porém essa morte está, até hoje, envolvida em mistério.

A partir de 1964, os concorrentes passaram a apresentar-se junto com um astro estrangeiro. Foi então que em 1968, Roberto Carlos participou com a canção “Canzone Per Te” de Sergio Endrigo e ganhou o primeiro lugar.

Em 1972, Roberto Carlos voltou a participar do festival, defendendo “Un Gatto Nel Blu”, uma composição de Toto Savio. Não foi sequer classificada entre as 14 finalistas, o que muita gente julgou ser uma tremenda injustiça. Ele mesmo, o Roberto, não sei se partilhava dessa opinião, mas a verdade é que nunca mais voltou a participar do festival.

Assim foi que, devidamente alavancada pelo festival, a música italiana consolidou sua hegemonia musical pelo mundo afora.

 

Gonçalves Viana – v_@ig.com.br

 

 O SOLE MIO

Che bella cosa na jurnata ‘e sole,

n’aria serena doppo na tempesta!

Pe’ll’ aria fresca pere gia ‘na fesra,

Che bella cosa na jurnata ‘e sole.

Ma n’atu sole cchiu ‘bello, oje ne’.

‘o sole mio, sta ‘nfronte a te!

O sole, ‘o sole mio, sta ‘nfronte a te,

                                sta ‘nfronte a te!

Quanno fa notte e ‘o sole se ne scenne,

ma vene quase ‘na malincunia.

Sotto ‘a fenesta toia restaria,

Quanno fa notte e ‘o sole se ne scenne.

Ma n’ atu sole cchiu ‘bello, oje ne’,

‘o sole mio, sta ‘nfronte a te!

‘o sole mio, sta ‘nfronte sta ‘nfronte a te,

                                      sta ‘nfronte a te!

(Di Capua – Capurro)

 

LEGATA A UN GRANELLO DI SABBIA

Mi vuoi lasciare

Tu vuoi fuggire

Ma sola al buio tu poi

Mi chiamerà

Ti voglio cullare, cullare

Posandoti su un’onda del mare, del mare

Legandoti a un granello di sabbia

Cosi tu nella nebbia più fuggir non potrai

E accanto a me tu resterà

Ti voglio tenere, tenere

Legata con un raggio de sole, di sole

Cosi col tuo calore la nebbia svanirà

E el tuo cuore riscaldarsi potrà

E mai più freddo sentirà

Ma tu, tu fuggirà

E nella notte te perderà

E sola sola nel buio

Mi chiamerà

(Fidenco – Marcherri – Fidenco)

 

NEL BLU DIPINTO DI BLU

Penso che un sogno cosi non ritorni mai più:

mi dipingevo le mani e la faccia di blu,

poi d’improvviso venivo dal vento rapito

e incominciavo a volare nel cielo infinito…

Volare… oh, oh!…

cantare… oh, oh, oh, oh!

Nel blu dipinto di blu,

felice di stare lassiù. (BIS…)

E volavo volavo felice più in alto del sole ed ancora più su

mentre il mondo pian piano spariva lontano laggiù,

una musica dolce suonava soltanto per me…

(BIS…)

Ma tutti sogni nell’alba svaniscon perché,

quando tramonta, la luna li porta con sé,

Ma io continuo a sognare negli occhi tuoi belli,

che sono blu come un cielo traponto di stelle.

(BIS…)

E continuo a volare felice più in alto del sole ed ancora più su,

mentre il mondo pian piano scompare negli occhi tuoi blu,

la tua você è una musica dolce cue suona per me…

(BIS…)

(Migliacci – Modugno)

 

CANZONE PER TE

La festa appena cominciata è giá finita

Il cielo non è più con noi

Il nostro amore era l’invidia di chi è solo

Era il mio orgoglio la tua alegria

È stato tanto grande ormai non sa morire

Per questo canto e canto te

La solitudine che tu mi hai regalato

Io la coltivo come un fiore

Chissa se finirà se un nuovo sogno

La mia mano prenderà

Se a un’altra io diró

le cose dichevo a te

Ma oggi devo dire che ti voglio bene

Per questo canto e canto te

È stato tanto grande ormai non as morire

Per questo canto e canto te

(Endrigo / Bardotti)

 

Sergio Diniz da Costa
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