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O leitor participa: Jairo Valio, membro da Academia Sorocabana de Letras, com o poema 'A lua me fez chorar’

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“(…) E as luzes pálidas não iluminam mais a noite, /Até as estrelas não piscam mais com alegrias./ (…)”

 

A lua me fez chorar

Uma noite busquei-a com saudades,

Pois afagou meu coração no amor,

E diante das lembranças afloradas,

Quis olhar seu esplendor fulgurante,

Que muitas vezes vi a lua me sorrir,

Junto com a pessoa que amei tanto.

Olho, me pareceu estranha, pálida até,

E o esplendor das luzes amortecidas,

Parecendo estar sofrendo todas as dores,

Até que consultei minha Alma quietinha,

E confidente segredou todas as razões,

Pois a lua estava realmente entristecida.

Disse que poucos lhe dedicam um olhar,

Mesmo que de soslaio ou por distrações,

E nota então que o amor está morrendo,

Pois as paixões teimosas que ainda emergem,

São efervescentes, só de adrenalinas,

Diferentes das meiguices de antigamente.

Cumpre sua jornada derramando lágrimas,

Muitas vezes ácidas diante das poluições,

Pois o homem está jogando seus detritos,

Tornando a atmosfera turva na negritude,

E as luzes pálidas não iluminam mais a noite,

Até as estrelas não piscam mais com alegrias.

Diante do cenário que então me deparei,

Lágrimas foram em meus olhos se acumulando,

Até que chorei de tristeza por me ausentar,

Pois também me esqueci de para ela direcionar,

Meu olhar enternecido de eterna gratidão,

Pois apaixonado ela só me trouxe alegrias.

Quis, no entanto, lhe dedicar homenagens,

Pois tenho por ela uma imensa gratidão,

E pedi para minha Alma então lhe segredar,

Que ainda existem esperanças nas criancinhas,

Símbolos de um mundo melhor que irá surgir,

E vi que emitiu luzes iluminando todo o Céu.

 

Jairo Valio – 03/09/2011

Sergio Diniz da Costa
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