“O mosaico em que se deita a nossa existência, pavimento de mística combinação do encaixe perfeito em formas e cores dos ladrilhos de nossas escolhas. Nossas escolhas são as pequenas peças entalhadas nesse mosaico, e no universo das diversidades humanas nossas escolhas nos definem.”
O PERDÃO
O mosaico em que se deita a nossa existência, pavimento de mística combinação do encaixe perfeito em formas e cores dos ladrilhos de nossas escolhas.
Nossas escolhas são as pequenas peças entalhadas nesse mosaico, e no universo das diversidades humanas nossas escolhas nos definem.
O homem é um ser altamente complexo, movido por paixões, colecionador de atributos e fraquezas nos desatinos da alma.
E neste verdadeiro estágio da condição existencial humana, ao mesmo tempo, somos vítimas e algozes uns dos outros, sofrendo ou provocando dores na alma alheia, intencionalmente ou apenas por descuido.
Assim, as vidas são atingidas pelo sofrimento decorrente das ofensas, das decepções e das maldades que as vitimam, transformado em sentimentos de mágoa, de ressentimento e de verdadeira dor existencial.
O inconformismo passa então a ser a companhia inseparável do sofredor eis que incrustado nas entranhas da mente e da alma, e o desejo de vingança e reparação é sentimento de tormenta constante.
E o perdão é o ato de se desprender das amarras do ressentimento.
Mas essas amarras são fortes e complexas, difíceis de serem desatadas, senão por um ato voluntário e consciente, árduo e persistente abraçando um exercício de libertação.
O perdão é uma escolha, uma decisão consciente que, com a força de atingir nossas raízes emocionais mais profundas, servirá de cura e libertação para a nossa vida, arejando o nosso interior com a luz da paz e da alegria.
Ao perdoarmos o algoz não lhe estamos premiando as atitudes, mas escolhendo nossa própria felicidade pela cura de nossa alma.
Sendo capazes de perdoar com a generosidade do coração, ao mesmo tempo em que cessa em nós o desejo de vingança pelo castigo ou na rendição do ofensor, alargam-se nossos horizontes existenciais na medida em que nos conscientiza de nossa condição humana afeita a falhas, fraquezas e limitações.
Na condição de vítima, sentinela do bem, ou de algoz, inimigo cruel, nos revezamos na própria existência no aprendizado extraído de nossa jornada evolutiva.
O perdão não apaga o passado, mas pode alterar favoravelmente a rota de uma vida, redirecionando-a para o campo florido da liberdade emocional, onde não existe espaço para a erva daninha do ódio consumado no desejo de vingança a escurecer a alma.
Perdoe! Perdoe-se! Você merece!
Inspiração Poética de 15 de dezembro de 2017 .
Cláudia de Almeida Carvalho – claudiacarvalho.oab@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024