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Eduardo Cesar Werneck: "No livro, 'Football and Dreams' a história por trás da tragédia de Euclides da Cunha"..

“Muitas vezes, somos ‘orientados’ a ler aquilo que interessa, esquecendo-se
propositadamente, de fatos e circunstâncias periféricas à aludida ocorrência. No livro –
‘Football and Dreams’ – várias questões são abordadas sobre o ‘nosso’ futebol. Uma delas
é esta que descreveremos a seguir. E você nem sabia disto…”

 

Muitas vezes, somos ‘orientados’ a ler aquilo que interessa, esquecendo-se propositadamente, de fatos e circunstâncias periféricas à aludida ocorrência.

No livro  ‘Football and Dreams’, várias questões são abordadas sobre o ‘nosso’ futebol. Uma delas é esta que descreveremos a seguir. E você nem sabia disto… Da história do triângulo trágico da Piedade, ocorrido em 15 de agosto de 1909 formado por Euclides da Cunha, Dilermando de Assis e Anna de Assis muito já se falou, escreveu e até documentário rendeu. Mas, alguém já ouviu falar de Dinorah de Assis (o irmão de Dilermando) ?

Dinorah era jogador de futebol, ou football como se falava em seu tempo, tendo sido campeão em 1910, pelo Botafogo (razão de na letra do Hino do mesmo ser encontrado os versos ‘Botafogo, Botafogo, campeão desde 1910…’.).

Porém, como resultado daquele tiroteio, que ocasionou o assassinato de Euclides da Cunha, Dinorah foi alvejado na nuca pelo terceiro tiro dado pelo escritor.

Escapou Dinorah da morte, apesar da gravidade dos ferimentos, contudo, o projétil somente foi removido quatro anos após. Infelizmente, a bala encravada numa vértebra cervical foi gradativamente prejudicando os movimentos do jovem jogador. A mesma, o deixará hemiplégico, impedindo-o de jogar futebol.

Abandonado por todos, inclusive a família. De aluno da Escola Naval caiu em desgraça. Entregando-se ao vício, foi parar no Hospício Nacional, como indigente.

Cumpre aqui acentuar o feio papel da imprensa. Errou deveras com Dinorah. O irmão de Dilermando foi tratado como assassino, cúmplice, desequilibrado mental, e poucos se lembraram de que na verdade foi vítima do destino e do preconceito.

O ‘Commercio de São Paulo’ chegou a apelar para a Liga Paulista de FootBall a quem pediu não consentisse ‘que ele tomasse parte no match’. Dinorah, na ocasião foi proibido de participar de um jogo em São Paulo. Seu team, o Botafogo, em solidariedade ao seu sportsman resolveu não participar dos matches para os quais fora convidado.

Sua situação evoluiu de forma tão dramática que ‘quando esmolava, foi o infeliz preso na Rua Haddock Lobo, e levado para 150 Distrito’. Nesta ocasião, morava ‘em um pequeno quarto sob as arquibancadas do América Football Club’.

Não suportando a carga de sofrimentos, tentou o suicídio antes ‘atirando-se ao mar em Botafogo’. Salvo, disse ‘que estava hemiplégico, sem emprego e sem casa; e que sua vida era horrorosa’.

Mas, Dinorah de Assis não escapou à triste sina, suicidando-se, aos 31 anos.

Impossível passar pelo fato sem se chocar…

Lançamento do livro ‘Footbal and Dreams’, em 2016, na ACLA – Academia Cruzeirense de Letras e Artes

 

Capa do livro ‘Football and Dreams’ – 2016

 

Reunião da ACLA de setembro de 2016; em destaque ao fundo o livro ‘Football and Dreams’

 

Dinorah é o primeiro de pé, da direita para a esquerda

 

 

 

 

 

 

Sergio Diniz da Costa
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