ELZE ARRUDA: ARTE e TRANSCENDÊNCIA
Arte é uma palavrinha pequena que, pronunciada, já nos traz alguma emoção… por vezes, grande! Pensei discorrermos um pouquinho sobre ela… ela, que colore, silenciosaMENTE ou não, mas particularMENTE generosa… o nosso dia a dia.
Sem que o percebamos, a palavra traz em si uma força que transcende… nos conecta ao além do óbvio, nos trás voos divagantes…
Essa palavra é originada do latim, “ars”… significando técnica ou habilidade, entre outras definições, mas penso eu, pequeninaMENTE, que seu significado maior talvez seja a “magia” que oferece… seja ao artista criador, num instante de conexão univérsica, seja no sentido de colorir o redor, seja nas possibilidades interpretativas que oferece ao observador… e ainda infinitos “seja (s)”… eu diria.
Enfim, é dito também que a Arte precisa ser sentida e não compreendida.
E complementando esse parecer louvável, digo que a história do decorrer artístico nessa longa faixa de tempo, desde o seu desabrochar pré-histórico argilado/tinturado à atualidade multimaterial/cibernética, nos ensina a ver com mais abrangência uma obra artística (contemporânea ou não), posto que o conhecimento teórico ou visual das diversas tendências estéticas existentes, nos deixa menos preconceituosos e mais livres para sentirmos a nobre transcendência da criação artística humana.
Dentro dessa história que nos é passada, podemos perceber, desde o início das manifestações arteantes, já na pré-história (período que antecede a escrita e o uso dos metais), manifestações artísticas importantes, como as pinturas rupestres antiquíssimas (entre 30 e 40.000 anos) encontradas em cavernas da França, da Espanha e mais recentemente, no leste da Ásia.
Essas pinturas parietais surpreendem pelo realismo e habilidade técnica, embora executadas, talvez, sem finalidade estética. Esses grupos tribais, que sobreviviam da caça e da pesca, pintavam cavalos, bizontes, renas, mamutes e outros animais de caça, acredita-se, como uma forma “mágica” de obter o que fosse retratado. Se pintassem um animal mortalmente flechado, ele seria fatalmente abatido na vida real. Da mesma forma, figuras roliças femininas em esculturas simbolizavam (e atraiam) a abundância de alimentos na natureza.
Nesse sentido, poderíamos dizer que o ARTEar humano teve sua origem na mágica busca de todos os seres… a da sobrevivência?
E, hoje, percebendo que a Arte permeia nosso redor das mais variadas formas (lembrando que design e cores preenchem carinhosamente nosso cotidiano), seja num sofá ergonômico (aqueles que se ajustam perfeitamente à nossa compleição física), seja num automóvel utilitário, seja numa escultura ou pintura, teatro, cinema ou música… poderíamos dizer que a Arte aí está para, de alguma forma, ainda nos conectar com a grande magia do Universo… a Vida?!!
Elze Arruda/ artista plástica/escritora/poeta/aprendiz de Vida
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.