‘Terra Desmedida (dia 1º, sábado, às 20h) e ‘A Hora da Estrela’ (dia 02, domingo, às 20h)
A PAIXÃO SEGUNDO MARIA E MACABÉA
Neste final de semana o Teatro Escola Mario Persico presenteia seu público com dois espetáculos, duas histórias de duas mulheres, duas nordestinas que não sabiam muitas coisas sobre a vida, sobre o amor, sobre si mesmas. Um a fabula de Newton Moreno e o outro a obra derradeira de Clarice Lispector sobre outra nordestina. Uma não saiu de sua terra, a outra veio tentar a sorte na cidade grande. Mas a sorte não sorriu para elas. Venham conhecer Maria e Macabéa. Duas únicas apresentações neste sábado e domingo.
Sábado 1º de setembro
Cruel, a natureza é. Dá o sol na desmedida. Dá um corpo na desmedida. Dá o amor na desmedida.
Escrita com base em um fato real ocorrido no nordeste, a peça encenada sob a direção de Regina Rebello com a Cia Yara Produções Artísticas de Itu, é na verdade uma adaptação da obra de Newton Moreno.
Uma história tocante e completamente inusitada essa contada na peça Terra Desmedida, onde a personagem feminina não sabe o que é o amor porque não sabe que alguém deu outro nome para aquela vontade de morrer junto com Etelvado; que é a mesma vontade que ela sentiu quando a mãe morreu.
Num momento que vemos pessoas fazendo arte, com um olho na montagem e outro na bilheteria, assistir Terra Desmedida foi um sopro de vida. Um sopro da mais pura arte. Como dizia Jerzy Grotowski há cada vez mais atores/artistas cortesões, que na sua prostituição, fazem qualquer coisa, menos arte. Qualquer um pode montar uma peça hoje em dia. Mas dai o fruto ser “arte” vai um longo percurso. O “Ator Santo” que tanto Grotowski queria está infelizmente cada vez mais raro no teatro e abundam atores/diretores cortesões, mais afinados com o Show business que com a arte propriamente dita.
Em Terra Desmedida temos o encontro mágico de um autor em estado de graça com uma diretora em estado de graça e isso contagiou elenco e toda equipe. Resultado, um espetáculo para se assistir de joelhos.
Serviço: Terra Desmedida
Newton Moreno
Teatro Escola Mario Persico
01/09/2017 (Sábado)
As 20h00
R$ 30,00 e R$ 15,00
Domingo 2 de setembro
A Hora da Estrela é o canto do cisne de uma autora que escrevia sabendo ser aquela sua ultima obra, que escrevia sabendo que estava morrendo. O livro foi publicado em setembro de 1977 e Clarice faleceu em dezembro do mesmo ano, vitima de um câncer que a consumia.
A Hora da Estrela conta a vida de uma pobre coitada, nordestina, órfã, pobre, sem amigo, sem homem, uma moça que se alimentava de suas próprias entranhas, como poeticamente nos define Clarice.
A única coisa que ela sabia de si mesma é que era datilografa e virgem e gostava de Coca Cola.
Comia cachorro quente todo dia, ou pão com mortadela porque era o mais barato que podia pagar.
Aos domingos como distração ia até o cais ver os navios saindo. Mas tinha um sonho, queria ser estrela de cinema. Queria ser a Marilyn Monroe. Um dia teve um rápido namorado. Mas ele a dispensou dizendo que ela era um cabelo na sopa.
A Hora da Estrela conta a vida desgraçada dessa nordestina chamada Macabéa. Uma vida tão miserável, mas tão miserável que chega a até ser risível.
A Cia Clássica estreou o espetáculo em 2002 e o remonta agora com novo elenco para única apresentação aberta ao publico neste domingo no Teatro Escola Mario Persico.
Serviço: A Hora da Estrela
Clarice Lispector
Teatro Escola Mario Persico
02/09/2017 (Domingo)
As 20h00
R$ 30,00 e R$ 15,00
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024