Grupo refaz trajeto do século 18 que ‘descobriu’ parte do interior de SP
Tropeada Paulista faz caminho de Itararé (SP) a Sorocaba (SP).
Cavalgada de 440 quilômetros lembra os desbravadores tropeiros.
Os 300 participantes da 10ª Tropeada Paulista refazem até domingo (31) um trajeto histórico que “descobriu” parte do interior de São Paulo. São diversas cidades que se formaram por serem pouso dos tropeiros, grupo do século 18 que tinha a missão de levar produtos do Rio Grande do Sul até Minas Gerais. A cavalgada começou em Itararé (SP), divisa com o estado do Paraná, no último dia 21 e termina neste domingo em Sorocaba (SP), cidade que abrigava no passado a feira de muares e outros animais. Nos 11 dias de cavalgada eles passaram por outras dez cidades. VEJA A GALERIA DE FOTOS.
O presidente da Associação Cultural Caminho das Tropas, idealizadora do projeto, Antônio Defazio Neto, explica que a formação dos tropeiros se deu após 1732 quando o militar Cristóvão Pereira de Abreu foi contratado pela coroa portuguesa para desbravar o caminho de Campos de Viamão, no RS até MG. Defazio Neto ressalta a importância de Sorocaba para esses desbravadores: “Antigamente era tudo por mula. Então é como se, hoje em dia, todas as fábricas automobilísticas ficassem concentradas em Sorocaba”, afirma.
Entre uma cavalgada e outra, o grupo aproveita o tempo livre para preparar comidas típicas, como o arroz e feijão tropeiro, além de cantar músicas caipiras de raiz. Além disso, os animais recebem todo o tratamento necessário, desde o banho até os cuidados com as patas. “Tem que tratar muito bem, ver se o animal não cansou, se está suando demais. É preciso dar água com bastante frequência”, conta o ferrador e domador Tertuliano Rodrigues de Oliveira.
No percurso feito pelos tropeiros na década de 18 foram desbravados 3 mil quilômetros e 300 pontes de madeira construídas, diz Defazio Neto. “Se nós introduzirmos o tropeirismo dentro da grade escolar dos municípios que compõem o caminho paulista das tropas, estaremos resgatando a história para as gerações futuras”, finaliza.
Companheirismo é ensinado pelos mais velhos aos mais novos (Foto: Carlos Alberto Soares/ TV TEM)
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.