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Fabio Ávila: 'Uberaba pede socorro!'

Fabio Ávila

 Uberaba pede socorro!

Uberaba, 02 de fevereiro de 2019

A temperatura, hoje denominada sensação térmica, atinge 35 graus centígrados. Busco caminhar pelas sombras das poucas árvores, ainda frondosas, da Praça Rui Barbosa (situada no centro da cidade mineira) ao ainda sobrevivente antigo bairro denominado Estados Unidos. Nesta porção urbana, algumas ruas ainda estão forradas por seculares paralelepípedos não submersos pela fatídica lama asfáltica que impermeabiliza o solo e propicia inundações quando das chuvas torrenciais que acontecem no verão triangulino.

Casarões centenários resistem à fúria destruidora da bastarda classe média alta uberabense e da invasora pequena classe média. A comunidade dirigente, muitas vezes oriundas de famílias tradicionais que outrora edificaram elegantes e aprazíveis construções no município, optou por abandonar os palacetes e amplas construções para residir em horrendos edifícios mal concebidos e sem harmonia estético-visual.

”Paris ou Uberaba?”, perguntava eu a minha saudosa mãe.

”Uberaba” respondia ela, categoricamente.

”Não há lugar melhor neste mundo. A cidade é arborizada, os flamboyants floridos e as ácacias real colorem a vida e o visual de nossa cidade. Os casarões são lindos. A casa da mamãe, na Rua Afonso Rato; o lar da tia Diva, o quintal da casa da tia Lucilia, as belas igrejas… Berababão, sô.”

E dessa forma, a progenitora, mãe de oito filhos, Aimée Ferreira de Brito (nome de solteira), manifestava o intenso amor pela outrora mais bela cidade do Triângulo Mineiro, um dos então mais charmosos municípios de Minas Gerais.

O tempo passou. Uberaba mudou. Uma série de incompetentes prefeitos, vereadores ignorantes ou astutamente desonestos, aliados à ganância de empresários predadores do patrimônio arquitetônico-cultural da urbe, tomou as rédeas do município com um único intuito: ganhar dinheiro de forma rápida, promovendo a destruição desenfreada do patrimônio natural e arquitetônico do território uberabense. E, dessa forma, Uberaba vem sido sistematicamente destruída.

Os uberabenses, habitantes acovardados, reclamam de tudo, não reagem e nada fazem contra este desatino.

O pequeno burguês uberabense tem como sonho de consumo frequentar shoppings centers e possuir uma casa em condomínio fechado. A alta burguesia busca adquirir apartamentos espaçosos em edifícios de gosto duvidoso e sem charme.

A classe operária, trabalhadora braçal e rural; migrantes, imigrantes e nativos não tem apreço ou carinho pela história da cidade pois, em geral, constituem a comunidade de brasileiros oriundos de outras regiões, refugiados, imigrantes, meliantes e mendigos em busca da árdua sobrevivência em um município decadente.

Uberaba pede socorro!

Os uberabenses engajados nas áreas de turismo e de cultura buscam, em vão, divulgar os geossitíos e fomentar a atividade de lazer no município de forma desarticulada, através de projetos mirabolantes (embora interessantes) que preveem a edificação de estátuas gigantes dos ícones uberabenses: o dinossauro, o zebu e o admirado e controverso mediúnico Chico Xavier.

Neste entretanto, ouso sonhar com a candidatura à Prefeitura de Uberaba de um empresário honesto, humanista, homem de negócios e de sensibilidade aflorada sobre o futuro da cidade.

A comemoração dos 200 anos de Uberaba deverá acontecer em um cenário de renovação política e de esperança quanto ao futuro do município. Viveremos um novo capítulo da história uberabense. Que Uberaba inicie uma renovada história a partir de 2021.



 

 

 

 

 

 

 

Helio Rubens
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