Tempos difíceis em terras brasileiras
Tempos difíceis… Foram três horas pelo transito intenso em uma das mais complexas, desfiguradas e horrendas avenidas que circulam centros urbanos massacrados e vítimas do tráfego intenso de automóveis que dificultam a locomoção urbana em um dos mais caóticos cenários de aglomeração urbana no hemisfério sul do Planeta.
As enxurradas poderosas, volumosas e decididas a enfrentar os obstáculos, desciam impiedosas ladeiras abaixo e forravam de detritos as calçadas em declive que sufocavam a terra massacrada pela espessa camada de cimento distribuída de forma heterogênea, sem permitir que a natureza usufruísse do precioso líquido para brotar vidas.
Após o longo trajeto por veículo destinado a levar-me ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, encontro-me confinado entre duas poltronas do avião que me levaria à capital sul mato-grossense.
Encontro-me em solo campo-grandense. O céu acinzentado jorra milhares de gotas d’água graúdas e o temporal ameaça as populações afoitas buscando abrigo para não se molharem. As aparências dos semblantes, os olhares e a falta de sorriso nos lábios denuncia o desalento e o pessimismo que reinam em um obscuro Brasil que parece estar sem identidade após quase 30 anos contínuos de massacre da natureza, de implosão da ética, de malversação de recursos públicos e lavagem cerebral da juventude que se tornou alienada e isenta de valores sólidos para enxergar o Brasil como a nação de todos os brasileiros.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.