novembro 21, 2024
A força dos ipês: mais que uma reparação
O reconhecimento que não alimenta professores…
Conversa de bêbados
Membrana, de Maurício Limeira
Vernissage de exposição artística
Dia da Bandeira
Marota mente
Últimas Notícias
A força dos ipês: mais que uma reparação O reconhecimento que não alimenta professores… Conversa de bêbados Membrana, de Maurício Limeira Vernissage de exposição artística Dia da Bandeira Marota mente

Marcelo Augusto Paiva Pereira: 'Confinamento compulsório'

image_pdfimage_print
Marcelo Augusto Paiva Pereira

Confinamento compulsório

A pandemia do coronavírus (covid-19), declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), modificou as condutas individuais e sociais da população, tanto da brasileira quanto da dos outros países.

Beijos e abraços, gestos próximos de carinho ou afeto, afagos e “cafuné”… Todas as manifestações de agrado, afeto ou de maior intimidade ou proximidade foram temporariamente excluídas do contato entre pessoas, inclusive no ambiente familiar.

Os ambientes sociais e de trabalho foram esvaziados pelo temor da contaminação aérea, em que a mera proximidade entre pessoas pode dar causa à proliferação do mencionado agente patogênico.

Somente podem continuar na labuta diária os profissionais de hospitais, postos de saúde, farmácias, supermercados, padarias, postos de combustíveis, casas lotéricas e transportadores de cargas de alimentos, bens farmacêuticos e os de uso hospitalar.

Tais profissionais e estabelecimentos atendem à preservação da saúde pública, fundada no artigo 196 da Constituição Federal. Antes do elemento econômico, fazem parte do espectro da política social de garantir a saúde de todos.

Permanecer em casa por vários dias e semanas seguidas, sem sair ou apenas para ir ao supermercado, à padaria e – de vez em quando – ir ao posto de combustível para abastecer o veículo, é um exercício de temperança assemelhado à paciência de Jó.

A Bíblia Sagrada é fonte de uma ótima leitura, instrui e faz meditar sobre nós, nossas vidas e as circunstâncias que nos acomete ao longo da pandemia e da quarentena (leva-nos ao exercício de introspecção, de exame de nossas almas)…

Ler livros, estudar alguma matéria do curso preparatório pré-vestibular ou da faculdade por ensino à distância são atividades muito proveitosas durante a quarentena. Ajudam a passar o tempo e reduz o tédio causado pela permanência prolongada nas nossas casas, ainda que sejam muito aconchegantes os lares domésticos…

Exercitar os dotes culinários é uma opção inteligente. Reduz as despesas e permite preparar as refeições conforme as preferências de cada pessoa, casal ou família. Quem não sabe cozinhar tem a oportunidade de aprender a fritar bifes, batatas, ovos, cozinhar verduras, legumes, ovos, fazer assados e etc.

Praticar exercícios físicos é, em muitos casos, difícil de ser realizado. Em regra o ambiente doméstico não nos convida a praticá-los porque nele inexistem os equipamentos das academias de ginástica nem o espaço necessário para a realização dos exercícios. É preciso fazer adaptações que nem sempre são proveitosas para o deslinde esportivo. Às vezes teria sido melhor ficar sem exercitar-se do que faze-los inadequadamente…

Para muitos pagar as contas que estão para vencer se tornou um desafio à ciência econômica. É preciso muito malabarismo financeiro, controle extremo das despesas e do consumo e, talvez em alguns casos extremos, jejuar durante à noite e se alimentar apenas no horário do almoço seja uma alternativa necessária…

Viajar se tornou uma expectativa a ser realizada num futuro incerto… Os terminais rodoviários e aeroviários não tem mais circulação de passageiros, não há ônibus nem voos marcados para partir nem para chegar. Pelo redor do mundo vários deles estão fechados e não tem previsão de abrir tão cedo quanto se imagina.

Sair de casa para passear? Não há lugares para ir. Os locais de lazer estão fechados (como os jardins zoológicos, parques de diversão, cinemas, casas noturnas e “shoppins centers”) e as praças públicas tem tão poucas pessoas que ir a elas é uma odisseia, uma aventura por vezes solitária ou, então, arriscada a enfrentar situações periclitantes (algum estuprador, assaltante ou “trombadinha” de plantão, no aguardo de alguma eventual vítima solitária).

Em alguns países, como na Argentina e no Paraguai, quem descumprir a quarentena e sair às ruas comete crime e é autuado em flagrante delito pela polícia. Na Indonésia a situação é mais grave: quem a descumprir e sair às ruas será sumariamente executado pela polícia ou pelo exército.

No Brasil a gravidade da quarentena não atingiu essas medidas. Aqui a quarentena não é compulsória (obrigatória), mas a falta de opções de lazer e a prolongada permanência nas nossas casas são causa da sensação de estarmos em confinamento compulsório. Daí o título deste artigo. Tenhamos todos um paciente confinamento compulsório!!! Nada a mais.

 

Marcelo Augusto Paiva Pereira

paiva-pereira@bol.com.br

 

 

 

 

 

 

 

 

Marcelo Paiva Pereira
Últimos posts por Marcelo Paiva Pereira (exibir todos)
PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com
Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial
Pular para o conteúdo