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'O inimigo é top, o inimigo é pop!' – texto filosófico de Bruno Schwabenland Ramos

Brunno Schwabenland

O inimigo é top, o inimigo é pop!

Essa dicotomia entre o bem e o mal se faz necessário para a sobrevivência política na república das bananas e no cenário internacional.

A figura do inimigo é fundamental para a estruturação política e filosófica, sem o qual uma ideologia de poder não poderia ser fundamenta como uma verdade! Desde a época que Cabral surrupiou à terra dos indígenas e, naquele período os anti-heróis eram os nativos, depois foram os franceses e holandeses (foram eleitos os inimigos no período colonial). No império não poderia ser diferente, precisava a figura de um inimigo e com a proclamação da República, não poderia ser diferente, urgentemente precisava ser escolhido um inimigo.

No governo JK bem-sucedido na época, mas precisava ter um inimigo. Lembro vagamente do governo Sarney, mas esse precisava combater um inimigo. Fernando Collor na época precisava cassar seus inimigos como a plataforma de governo (a caça aos marajás), mas sofreu um impeachment (ficou oito anos, impedido de disputar cargo político). FHC foi primeiro presidente a disputar e vencer uma reeleição, como de praxe tinha que ter o inimigo do progresso.

Com a eleição de Lula a esquerda assume o Brasil por oito anos (tinham os inimigos naquele cenário). A histórica eleição da primeira mulher eleita presidente na história, não poderia ser diferente com a Dilma e o inimigo foi o partido que a apoiava anteriormente, sendo acusados de golpistas (pediram o seu impeachment). No atual governo de Bolsonaro, não poderia ser diferente, mas precisa ser escolhido o inimigo a ser combatido. O teatro esquenta os espectadores que vivem se digladiando pelas redes sociais (a festa da torcida campeã) ou até trocando tiros (celebrando o Brasil de seus absurdos gloriosos).

Este cenário é da república das bananas, a figura do inimigo é a base da sustentação política, independente do partido que está à frente do país, é extremamente necessário o duelo entre o bem e o mal. Essa dicotomia marcante: amigos e inimigos do Brasil, faz parte do teatro desde a época de Cabral. Será que um dia na república das bananas, terá um governo ou um parlamento que consiga sentar as mesas de negociação, preocupado com o desenvolvimento: educacional, social e econômico? A pluralidade de ideias é nítida, se a discussão fosse apartidária, é talvez estragaria o clímax desse teatro que diz: quem é o inimigo quem é você!

A história humana prova que diferentes impérios foram sacramentados pela escolha de um inimigo. No período da Guerra Fria (Estados Unidos e União Soviética), um inimigo em comum foi eleito em diversas partes do mundo era necessário salvá-lo da ameaça dos comunistas! A luta entre mocinho e vilão não poderia ser interrompida, então apresentar-se-á o terrorismo islâmico, o novo inimigo a ser combatido! Portanto, a figura do inimigo seja na república das bananas ou no cenário internacional é extremamente importante para tornar determinados discursos em sacralidade. (o autor é professor, escritor e jornalista)

Helio Rubens
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