José Luiz Nogueira – NOTICIAS QUE ANTECEDEM A FUNDAÇÃO DE ITAPETININGA – PARTE II
Bom dia.
Saúde para todos.
A partir de hoje vamos trazer aqui as noticias que antecederam a fundação de Itapetininga.
As informações que aqui serão mostradas são baseadas em pesquisas feitas em documentos e que foram publicadas no livro
ITAPETININGA de autoria do confrade Silvio Vieira de Andrade Filho e que foi lançado em 2006 em nossa cidade.
Itapetininga
De acordo com o IBGE, o município paulista de Itapetininga estava em 2005 com 141 mil habitantes distribuídos numa área de 1792 km².
O município tem excelente desempenho nos setores agrícola e pecuário, possuindo até uma exposição anual de agropecuária que atrai milhares de interessados principalmente do Estado de São Paulo. Itapetininga tem ainda muito a crescer neste setor uma vez que é o terceiro município do Estado de São Paulo em extensão territorial.
O seu distrito industrial tem recebido boas indústrias que contribuem para a geração de empregos para os itapetininganos.
O município faz parte do corredor do Mercosul com o gasoduto Bolívia-Brasil pelo bairro do Barro Branco.
Itapetininga foi antiga passagem de tropeiros, fato sempre recordado em seu Centro de Tradições Gaúchas Tropeiro Boiadeiro.
A cidade possui imprensa e comércio desenvolvidos, tradicionais clubes como o Clube Venâncio Aires (foto), shopping-center e ótimas escolas de todos os graus. O até hoje carinhosamente chamado Instituto de Educação “Peixoto Gomide” (foto), uma das primeiras escolas do interior paulista, data de 1894.
Por muito tempo, Itapetininga pertenceu à comarca de São Paulo. A partir de 1811, passou à de Itu. Tornou-se comarca em 1852.
A diocese de Itapetininga data de 19.07.1998.
A distância da cidade de Itapetininga à cidade de Sorocaba é de 70 km pela rodovia Raposo Tavares, totalmente duplicada no Govêrno de Geraldo Alckmin.
Como tantos outros nomes de lugares, Itapetininga foi primeiramente nome de rio, pois é muito comum no Brasil um município ter o mesmo nome de seu rio principal. O nome vem do tupi “ita” (pedra), “peba” (chata) e “tininga” (seca). Como “pedra chata” significa “laje”, o nome do município pode ser traduzido por “laje seca”. A palavra “peba” é a mesma que entra na expressão “galinha peva” e em “Itapeva”.
Os antecedentes e os primeiros momentos
Dentre as várias comunidades do vasto território do município de Sorocaba, estava Porto Velho às margens do Rio Itapetininga.
O povoado, que inicialmente foi pouso de tropeiros que se dirigiam à Vila de Sorocaba, já pagava imposto em 1724 (Almeida: s.d.).
Em 22.08.1756, ocorreu na Matriz de Sorocaba o batismo de Francisca, filha de Benta (escrava de Manuel Leme) e de pai desconhecido. Padrinhos: Manuel Nunes Pereira (casado) e Maria Domingues de Oliveira, moradores de “Tapetininga”. Livro 04 de batismos da Matriz de Sorocaba, período 1750-1758, fls. 214, CAS.
Em 1763, a capital do Brasil foi transferida para o Rio de Janeiro.
Em 26.02.1766, Dom Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, capitão-general da Capitania de São Paulo, expede portaria de Santos a João de Oliveira, morador de Itapeti-ninga, solicitando-lhe a retirada de 3000 a 4000 pederneiras (pedras muito duras que produzem faíscas quando feridas com fuzil e que são também chamadas de pedras-de-fogo) para as tropas do mencionado local. As despesas com índios e escravos que irão ajudá-lo serão pagas pela Fazenda Real. Documentos Interessantes, 65: 49, AESP.
Em 1766, Sorocaba e freguesias de seu termo possuíam 1191 fogos com 2470 mulheres e 2688 homens. Documentos Interessantes, 73: 62, AESP.
Em 16.11.1766, José de Almeida Leme, capitão-mor de Sorocaba, envia carta a Dom Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, capitão-general da Capitania de São Paulo em que menciona a freguesia que será grandiosa ao mesmo tempo em que lhe pede sacerdote para a administração dos sacramentos ao povo. O capitão-mor também lhe pede para não conceder grande quantidade de terras aos pobres moradores de sesmarias (agregados) por serem incapazes de cultivá-las. Estes devem ficar somente com o necessário. As áreas grandes devem ser reservadas aos vindouros com capacidade. Assim, a produção ficará garantida para a expansão do local. O capitão-mór afirma também que, dentre os povoadores, destaca-se Manuel José Braga, casado e que já está de posse de sesmaria (Silvio anotou que Manuel José Braga recebeu sesmaria em 08.01.1766). BN.
Em 24.12.1766, Dom Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão envia de São Paulo carta ao Conde de Oeiras, informando-lhe que a freguesia de Itapetininga estava criada por sua ordem para facilitar os serviços religiosos às pessoas muito distantes do pároco de Apiaí. Documentos Interessantes, 23, AESP.
Já estamos no ano de 1766.
Aqui quero fazer um pequeno parêntesis para esclarecer sobre a chegada de nosso quinto avô Domingos José Vieira ao bayrro de Tapitininga, pertencente a Freguesia de Nossa Senhora da Ponte na Villa de Sorocaba.
Domingos José Vieira foi um dos primeiros a fixar residência no pouso que havia à beira do Rio Itapetininga, segundo o historiador Antonio Galvão Júnior em seu livro Itapetininga e sua História.
Consta que Domingos dedicou-se à lavoura e agregando companheiros, formando um núcleo populacional.
Em nossas pesquisas realizadas no Arquivo Público do Estado de São Paulo, localizamos os microfilmes do Censo efetuado em 1767 onde ele declara a sua idade, o nome e idade da esposa e nomes e idade dos filhos e dos escravos.
Ele veio para Itapetininga provavelmente em 1765 ou 1766, após o nascimento de seu filho José, que nascera no bairro de Apiaí em 1764.
Consta registro da filha Roza que nasceu em 1767 em Itapetininga. A mineração estava escassa em Apiaí.
O Morro do Ouro em Apiaí já não mais tinha nenhuma produção. Com bastante ouro, preferiu Domingos José Vieira mudar-se para Itapetininga.
Possivelmente seu compadre Manoel José Braga que aqui já morava o convenceu.
Por hoje ficamos por aqui. Amanhã tem mais.
Queremos que todos procurem ler e entender os detalhes sobre a HISTÓRIA DE NOSSA QUERIDA ITAPETININGA.
Foto da maquete mostrando o Páteo da Igreja – Marco Zero de Itapetininga
- Como o jornalista Helio Rubens vê as coisas - 9 de janeiro de 2024
- Como o jornalista Helio Rubens vê o mundo - 27 de dezembro de 2023
- Como o jornalista Helio Rubens vê o mundo - 22 de dezembro de 2023
É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.