O palco será a lendária Rua Aparecida, localizada na região norte da cidade
A partir do mês de abril, quem atravessar a Rua Aparecida, no Jardim Santa Rosália, não estará apenas cruzando o principal reduto da boêmia cultural da Região Metropolitana de Sorocaba, mas também caminhando pelo palco do Festival Aparecida Criativa. O evento, que tem como objetivo ocupar a região para estimular a economia criativa, reunirá importantes nomes da cena artística sorocabana e promete transformar a realidade do local.
“A proposta é ter a rua e suas imediações reconhecidas como um corredor de produção criativa. Minha ideia é criar um território reconhecido pelos governos Municipal e Estadual como um Arranjo Produtivo Local Cultural e Criativo”, explica William Leonotti, produtor executivo do Aparecida Criativa e membro do Comitê Gestor de Economia Criativa de Sorocaba. “O primeiro passo é gerar um movimento para conectar os negócios, as pessoas que moram no local e o público. Esse é o papel do festival”.
Se depender do argumento, a conexão com o público será imediata. O Festival Aparecida Criativa tem como proposta a produção de uma programação audiovisual com 17 horas de conteúdo elaborado por uma gama de artistas das mais diversas linguagens e vertentes. Entre as atrações, o público encontrará shows musicais, apresentações de dança, performances circenses, teatrais, videoaulas, workshops, palestras, vídeo performances e DJ sets.
Os espetáculos serão realizados e registrados ao longo dos mais de 2 km da Rua Aparecida, ou em empreendimentos da região. O resultado de todo o material produzido será uma semana inteira de programação online, entre os dias 5 e 11 de abril, que poderá ser assistida diretamente pelo YouTube.
Pandemia: limitação ou inspiração?
Se, hoje, a ideia de um festival virtual está consolidada, na concepção do projeto, a proposta era um evento presencial, com direito a um público vibrante.
“Desde 2016, com o surgimento do bloco carnavalesco ‘Apareceu Aparecida’, fiquei com vontade de ocupar essa rua de uma forma criativa. Pesquisando os editais, vi uma chamada para um festival virtual de economia criativa e, como eu já tinha um projeto, apenas adaptei para o online”, revela William. Aquilo que parecia um obstáculo, na verdade, virou uma tendência. “Acredito que estamos cada vez mais adaptados ao consumo digital e que as experiências estão se aproximando do mundo físico. Já vi festival de música eletrônica fazer uma ação virtual gigante. É uma tendência e os artistas precisam se preparar.”
Como as gravações já começaram e envolvem mais de 70 profissionais, entre artistas e produção, o cuidado com o distanciamento da equipe é uma preocupação constante. Mas além do arsenal de máscaras e a contínua presença do álcool em gel, a situação também proporcionou soluções criativas.
“Uma das ideias que a gente teve foi a utilização de imagens das câmeras de segurança de alguns locais na edição do material”, antecipa o idealizador. “A ideia é quebrar aquele conceito de que elas só servem para registrar assaltos ou violência. Vamos transformar essas imagens em algo positivo, em algo artístico”.
Expectativa dos participantes
A criatividade pode estar presente em cada detalhe do festival, porém, é nas apresentações e atrações que ela se faz ainda mais palpável. Para definir quem seriam os participantes, a organização do evento utilizou alguns critérios como a reinvenção durante o período de pandemia, a forte ligação com a cidade de Sorocaba e a crença na diversidade como uma potência. O resultado foi uma constelação de talentos.
“Quando eu recebi o convite, não tinha noção do tamanho e da seleção de artistas. Achei incrível a qualidade e a diversidade proposta pelos nomes”, relata a cantora e compositora Paula Cavalciuk, que promete trazer uma forte influência da percussão cubana na sua apresentação. “Eu acho importante pensar na resposta que eu vou dar. Esse festival é importante porque ele vai servir de registro do que uma fatia poderosa da sociedade estava fazendo. É histórico, um arquivo de como estávamos reagindo em fevereiro de 2021.”
Além do aspecto histórico, um festival online é uma oportunidade para se apresentar para um público mais amplo. “É algo muito diferente de você se apresentar para uma plateia de 20 ou 30 pessoas. A graça de um festival online é que não se limita ao público presente, ele irradia e eu posso ser vista por milhares de pessoas”, comemora a bailarina e diretora da Quimera Dança, Mimi Naoi, que apresentará um solo contemporâneo inédito para dar vazão às inquietações da atualidade. “Não é a gravação de uma performance ao vivo, é um vídeo já feito com essa finalidade. Quero ter um diálogo íntimo com a câmera e fazer as pessoas dançarem junto.”
Além das apresentações artísticas, o Festival Aparecida Criativa também conta com uma série de palestras e workshops, voltados justamente para a compreensão e fomento da economia criativa. A fala de abertura é responsabilidade de Felipo Abreu, professor do Senac na área de turismo e economia criativa.
“A gente precisa entender que existe uma outra possibilidade de desenvolvimento econômico que é a criatividade. A criatividade está em todo lugar, está na cozinha quando um chef assina o prato ou quando uma costureira entrega um serviço. É essa linha de pensamento que eu quero apresentar para trazer o público mais para perto”, explica o professor.
O “Festival Aparecida Criativa” foi contemplado pelo edital PROAC expresso lei Aldir Blanc Nº 40/2020, “Produção e Realização de Festival de Cultura e Economia Criativa com Apresentação Online” da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.
Confira todos os participantes:
Fala de abertura: Felipo Abreu. Bate Papo: Felipo Abreu (mediador) Katia Campos, Davi Paunovic, Ivone Peres Ruiz, William Leonotti. Dança: Lucas Fernandes, Mimi Naoi. Vídeo Performances: Quitéria Maria, Victor Xavier, Julio Mello, Renata Ferraz, Mariana Rossi. Circo: Cia Éos. Palestras: Conexão Musas, Felipe Marinelli, Jairo Sanches, Tiago Oliveira. Workshops: Samanta Luz, Bianca Pupo, Ella Vieira, Eliete Della Violla, Felipe Fogaça, Thais Morello. Vídeo Arte: Cunhantã. Programa Cidade Amarela: Odara Soares, Luiz Terra. DJ Sets: Emerson Punk, Igor Mantuani, Marceli Marques. Shows: Ana Paia, Sujeira Urbana, Marcus Alves, Crime Caqui, casadasbruxa, Firma O Ponto, WRY, Paula Cavalciuk, Ya Rosa, com apresentação de Flavia Biggs e Odara Soares. Podcast: “Viva Aparecida”, com Tiago Oliveira.
Ficha Técnica
Produtor Executivo: William Leonotti e Rafael Ferraz
Direção Artística: Daniel Bruson e Ari Holtz Neto
Direção Administrativa e de Produção: Andressa Moreira
Social Media: Emiliana Maia e Tiani Gava Zilli
Designer Gráfico: Jorge Antunes Ribeiro Junior
Fotógrafa: Ana Érica Monte Morbiolo
Assessoria de imprensa: JF Gestão de Conteúdo
Produção Audiovisual: Coletivo Colméia Arte
Produção de Áudio: João Antunes
Assistente de Produção: Luciano Marcello
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024