novembro 22, 2024
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A leitora Sônyah Moreira publica artigo: 'Fatos cotidianos'

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Sônyah Moreira – Fatos cotidianos

Hoje ao parar em um semáforo, fiquei observando as peripécias de um trio de jovens, estavam com suas caras pintadas como palhaços circenses, e equilibrando alguns malabares.

Chamou-me atenção dentre os jovens, a moça, cuja expressão de alienada, parecia-me não ver o mundo a sua volta, como se ela não estivesse ali, totalmente fora de órbita. Um sentimento inundou meu coração, me levando ás lágrimas, uma dor infinita me fez suscitar devaneios sobre o que me diferenciava dessa jovem? Como podemos dormir em paz, vendo nossos jovens totalmente perdidos, jovens esses que na teoria será a próxima geração a dominar o mundo.

Sabemos por experiência, que ser jovem, de uma maneira geral, é ser um rebelde sem causa, ser jovem é pensar que estamos sempre com a razão e o resto do mundo errado, na juventude, achamos que o mundo conspira contra nós, quantas lembranças nos vem a mente, os fatos cotidianos da vida de um jovem, são levados ao extremo, assemelha-se a uma ópera, uma peça teatral, dramática e tragicômica. Hoje vemos se materializar os dramas, e a tomar forma corpórea de tragédias anunciadas. A alienação que antes era típica da idade, atualmente está intrínseca ao uso exacerbado de alucinógenos que nem de longe se assemelham ao baseado de outrora, este avô das drogas atuais, que apenas lhes davam visões psicodélicas, os entorpecentes usados e comercializados da atualidade, corroem suas entranhas, construindo verdadeiros zumbis.

Que podemos fazer?Que atitudes precisam ser tomadas?Quando acordaremos desse torpor que todos estão vivendo?Tanta tecnologia a disposição da massa, e praticamente nada de emoção humana, que triste fim será desse trio, e caso tenham descendentes com certeza terão  igual futuro, que gerações acéfalas poderão um dia mudar esse quadro absurdo de inércia coletiva?

Como ser humano, penso que dor é essa?  Ver semelhante em condições tão precárias de sobrevivência! Zumbis acéfalos, totalmente a margem da sociedade, pseudogeração do futuro! Que será de nós, de nossos descendentes?Será que teremos um futuro?Com fatos tão deprimentes vistos diariamente nos semáforos das pequenas ou grandes cidades, encerro esse desabafo de um ser humano indignado com os caminhos que a humanidade está percorrendo no cotidiano da vida!

 

Sônyah Moreira

Helio Rubens
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