setembro 18, 2024
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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'Rasgos de agradecimento'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

Rasgos de agradecimento

Ao longo da vida, vamos experienciando de tudo um pouco: desde a amizade sincera, de um ou outro amigo, verdadeiramente solidário, leal, apoiante, cúmplice e grato; também surgem aquelas outras pessoas que, num dado momento, parecem realmente nossas amigas mas que, mais tarde, quando já não lhes servimos para coisa alguma, nos desprezam e, eventualmente até nos criam um ambiente de insuportável desconforto psicológico, pessoal, moral e social, para, finalmente, termos de conviver com aquelas que por nós nunca nutriram qualquer tipo de simpatia, amizade ou um sentimento específico.

Por isso, em cada etapa da nossa vida, é da mais elementar coerência fazermos um balanço retrospetivo e uma antevisão do que desejamos para nós, para a nossa família, para os nossos verdadeiros amigos e para a sociedade, cabendo-nos, em relação ao passado: a) retirar as ilações de tudo o que de bom e de mal foi feito; b) refletirmos no presente, todavia, este sempre em movimento para o futuro; c) o que deveremos projetar, por forma a conseguirmos viver numa sociedade mais humana, mais tolerante, mais justa, no respeito pelas opções e dignidade da pessoa humana que connosco, afinal, continuará a conviver.

É tempo, portanto, de deixar aqui, publicamente, sem anonimatos, nem receios e muito menos vergonha, o meu testemunho de gratidão para com todas as pessoas que, ao longo da minha vida, me têm ajudado, em diferentes momentos e circunstâncias, desta já madura existência, bem como da vida da minha família e de uma/um ou outra/o amiga/o verdadeira/o: seja, com bens materiais; seja, através da palavra amiga e sincera; seja, também, pela compreensão das minhas posições em diversos contextos.

Nesta breve resenha de agradecimentos, não vou privilegiar qualquer hierarquia axiológica, nem todas individualidades ou instituições. Felizmente: são tantas e tão boas as referências, que me têm sido feitas que não posso deixar de me sentir razoavelmente realizado (e não é vaidade ridícula, mas o prazer de deveres cumpridos e reconhecidos); uma grande satisfação por constatar que, afinal, vale a pena sermos trabalhadores, dedicados, verdadeiros, rigorosos, humildes, serenos e, acima de tudo, educados: mesmo com os nossos defeitos e virtudes, porque estas duas dimensões existem em todos nós. Ninguém é perfeito e quem se julgar que o é, poderá ser, provavelmente, o mais imperfeito.

Considerando, portanto, o inestimável apoio, fornecido através de gestos, atos, comportamentos, palavras, princípios, valores e sentimentos, que ao longo destas décadas da minha vida me foram sendo revelados, por quem desejou ser realmente minha/meu amiga/o, de verdade, com total solidariedade, amizade incondicional, lealdade inequívoca, inteira confiança e inquebrantável cumplicidade, que comigo e com quem me quer bem, manteve uma sadia e, inclusive, alguma privacidade, fica aqui, para todo o sempre, o “grito” bem alto e sincero da minha gratidão.

Mas a vida vai prosseguindo e, como se costuma dizer: “contra ventos e marés”, o rumo está traçado. A “viagem” é curta, e por muito longa que alguém pense que seja, de facto são “nadas” se compararmos com a idade geológica da terra e “nadas de nadas” em relação a uma eternidade celestial. Não vale a pena ilusões, quando estas têm por objetivo, magoar, humilhar, fazer sofrer o nosso próximo, o nosso semelhante, que é tão pessoa quanto nós.

Como é possível, que numa sociedade pretensamente civilizada, onde se proclamam valores essenciais à dignidade das pessoas, como quem lança pregões para vender um qualquer produto, numa praça pública e, ao mesmo tempo, se proceda com uma crueldade tamanha, que já nem se respeitam as pessoas mais velhas, que deram uma vida por ideais, que ajudaram a construir um país, que custearam as despesas para formar aqueles que, agora, dizem que é preciso retirar aos mais velhos para a sustentabilidade dos mais novos?

Caminhando nós para o “fim da linha da vida física”, haverá para os crentes, uma possibilidade de esperança, numa outra “dimensão”, a espiritual, para a qual nos poderemos, e deveremos, preparar nesta vida terrena, através da prática das virtudes que são exclusivas do ser humano, pelo menos tanto quanto se pode saber. Há, portanto, um outro projeto a preparar, um outro rumo a seguir. Tudo o que aqui fizermos, poderá, então, refletir-se nesse “outro projeto”, beneficiar da caminhada num rumo bem melhor. Os crentes, os praticantes, devem ser os primeiros a dar estes bons exemplos.

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

 

 

Diamantino Bartolo
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