Grande Firmina!
Nascida em 11 de março de 1822, em São Luiz do Maranhão, ano em que o nosso Brasil conseguiu sua independência de Portugal, nascia nossa grande Maria Firmina dos Reis, precursora, plantando sementinhas, através dos seus muitos escritos e romances, sendo o principal, Úrsula, para a libertação dos seus e dos nossos irmãos negros escravizados, tentando libertá-los desse mal.
Órfã de pai e mãe, era livre, sendo acolhida e amada por sua tia, que deu-lhe a mais nobre oportunidade: direito à Educação que, não somente a fez aprender a escrever, interpretar e contar, porém, através da sua curiosidade, a questionar e a produzir literatura, através da qual, embora naquela época a leitura fosse acessível apenas para a maioria dos homens intelectuais e brancos, ela, com muita sabedoria, assinava seus escritos apenas com suas iniciais ‘mfr’, ao que, penso eu, o leitor jamais poderia imaginar que o escrito pertencia a uma mulher e, ainda, negra.
E assim, pôde, através dos seus escritos, questionar a religião de então, levando principalmente em conta o mandamento “amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Nisso, questionava e criticava o porquê um ser humano ter o direito de escravizar o seu semelhante.
“Não somos todos filhos do mesmo pai celestial?”.
Porém, seu principal grito veio através do seu primeiro romance, Úrsula, que, com muita sensatez, escreveu para os brancos, porém, usando também personagens negros, Suzana e Tulio, além dos senhores brancos. Dando voz não só aos negros na personagem Suzana, como também à mulher de uma forma geral, na personagem da senhora, mostrando à sociedade a hipocrisia e o sofrimento da mulher em geral da época que, embora sofrendo horrores do senhor seu marido, apresentava-o diante da tal sociedade como um homem honrado, gentil, enfim, perfeito.
Ela, Firmina, nesse romance se colocava apenas como uma ‘vírgula’… Mas, tornou-se em reticências, pontos de exclamação e, principalmente, ao meu ver, interrogação, pois, através da leitura do livro, sementes foram germinadas nos corações de muitos brancos influentes, e que como tal, tinham corações vermelhos como o dela, e assim, muitos passaram a ser abolicionistas, lutando com ela pela causa da liberdade do seu povo.
Embora sendo a primeira romancista brasileira, foi professora concursada em primeiro lugar e, quando aposentada, criou a primeira ‘escola mista’ que, embora durou em torno de dois anos, foi pioneira nessa área educacional em nosso país.
Firmina não deixou nenhum registro imagético, mas suas obras aqui estão, mais recentes do que no seu tempo, sendo lidas, principalmente, por jovens. E que, assim como no passado, a leitura delas ajudaram a formar consciências na libertação de um povo sofrido, nossos irmãos negros possam, de igual forma, germinar atualmente nos corações a consciência do respeito e do amor, que são necessários numa nação e no povo, para que haja harmonia, progresso e orgulho das suas origens, independentemente de cor, credo, gênero, ou seja mais lá o que for; e que de fato, o nosso direito termine onde comece o direito do nosso semelhante.
Edna Froede
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Edna Maria Froede Santos, tendo por nome literário Edna Froede, natural de Santa Maria de Jetibá (ES), Brasil, é professora, psicopedagoga, poetisa e escritora. Participa de diversas academias e da FEBACLA – Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes. É honrada com diversas titulações, tendo em destaque: Embaixadora Imortal da Paz, Duquesa pela Casa Imperial dos Godos de Oriente, Acadêmica Benemérita e Chanceler pela FEBACLA , Acadêmica Benemérita da ALSPA e Dra. h.c. em várias áreas em que atua. Coautora de centenas de antologias nacionais e internacionais, e medalhista em concursos nacionais e internacionais de poesias. Prefaciadora da antologia Arte e Escrita. Autora do livro “Serenidade Frente à Vida” (poesias), pela editora Rio de Flores.