Acordar com as flores
A maioria das pessoas com certeza levou um susto quando olhou para o calendário hoje e percebeu que já estamos praticamente no mês de setembro.
Deu-me um frio na barriga saber que já estamos quase no final do ano e, apesar de fazer muitos planejamentos, não consegui cumprir com muitas coisas ainda.
Mas, aprendi ( ainda na minha vida de lagarta ) que não adianta lamentar e ficar se perguntando ‘por quê?’ “. Tudo acontece do jeito que é para acontecer. Ponto.
Isso dói? Sim! Quem não quer fazer tudo certinho como o planejado na sua agenda de metas para o ano? Porém, a gente acaba descobrindo que não é assim, quando o tempo nos pega de ‘calça curta’ e ele é muito mais rápido do que as nossas vontades, desejos, metas, objetivos etc. E esse mesmo tempo traiçoeiro acaba nos ensinando e tudo vira lição. A lição do ‘o que passou, passou’, agora é olhar pra frente!
Há tempos que comecei a exercitar esse negócio de não me cobrar tanto.
A vida da gente é repleta de regras a serem seguidas mas o destino acaba tomando as rédeas.
Planejei muitas coisas, e acabei pegando o tal vírus da covid no mês de julho. Como tenho imunidade baixa e problemas com a rinite o negócio se estendeu dois meses praticamente. Agora, imagine, se eu tinha ânimo pra fazer alguma coisa? Nem ânimo, nem olfato, nem paladar…Houve momentos em que eu dizia: – Deus, você está me vendo aqui? Porque tá dificil!
– Claro que estou! – a voz conhecida me dizia. Você ainda vai acordar com as flores.
Acordar com as flores? Será que vou morrer? É isso que Ele está me dizendo?
Hoje entendo que o acordar com as flores é um novo dia. Um dia cheio de renovação, colorido, cheio de Vida.
Não foi fácil, contudo, busquei forças e desesperadamente comecei bater minhas asas porque não se subestima uma borboleta quando ela não se importa quanto tempo tem de Vida. Ela apenas quer voar! Encontrar as flores, sentir novamente o perfume…
Setembro está chegando e logo no final dele vem a Primavera. É um novo ciclo e sempre estamos fechando e começando novos ciclos. Reclamar do quê? Murmurar do quê? Estou saudável, cheia de fé e com o coração recolocado no lugar. Os dias na cama me renderam orações, leituras cristãs que me fizeram voltar a entender que desta vida não levamos Nada. Nada mesmo, com letra maiúscula. Ninguém leva e precisamos focar no que realmente importa: a eternidade com Cristo e a Salvação.
Não posso viver correndo feito o coelho branco de Alice. Isso não é pra mim. Viver desesperada sempre atrás de alguma coisa.
Por isso não dá pra trocar a pessoa que eu me tornei hoje, que é mil vezes melhor que a pessoa que eu queria me tornar há nove meses. Preciso evoluir a cada dia e é justamente nas horas mais difíceis que aprendemos as melhores lições. E eu, aprendi mais essa.
As flores? Elas já começaram a brotar em meu coração.
Andreia Caires
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024