O filme recupera memórias de resistência de Flora Maria Blumer e aborda a identidade racista e colonial de uma região classificada por historiadores como Mississipi Paulista
O documentário ‘Esquecendo Flora’ será lançado dia 25 de novembro de 2022 no cineclube Nhô Cine, às 19hs.
Esquecendo Flora é o mais novo longa-metragem da cidade de Piracicaba, é uma realização da frame7Cinema, direção e roteiro é do Beto Oliveira e conta com Mayra Kristina Camargo como co-roteirista. O filme recupera memórias de resistência de Flora Maria Blumer e aborda a identidade racista e colonial de uma região classificada por historiadores como Mississipi Paulista.
A história é contada através de depoimentos de pesquisadores e historiadores da região de Piracicaba e reúne entrevistas com Alexandra Lohas, Adelino Ademir José, Antonio Filogênio Junior, Carlos Carvalho Cavalheiro, Giovanna Fenili Calabria, Joana D´arc Oliveira, Joceli Lazier, Luis Fernando Amstalden, Maria Helena Machado, Oswaldo Elias De Almeida e Rafael Gonçalves, com o objetivo de resgatar a memória de Flora e investigar os processos que culminaram no apagamento ou na invisibilização da presença e contribuição negra na história oficial da cidade de Piracicaba.
Flora Maria Blumer de Toledo foi uma mulher negra, nascida em Porto Feliz. Escravizada e alforriada por Martha Watts em 1881, Flora trabalhou por anos no colégio Piracicabano e se tornou a primeira mulher preta a ser admitida como membra numa igreja protestante no Brasil, em uma época em que as igrejas de brancos e negros eram segregadas.
A pesquisa do filme está em produção desde 2019, Beto Oliveira, diretor do longa, revela que a documentação histórica de negros foi um dos desafios a serem superados: “O que temos hoje da pesquisa de documentação histórica é um reflexo de uma época onde as pessoas negras apareciam em registros de compra e venda, registros policiais, cartas de alforria e certidão de morte. Os documentos limitados não refletem a complexidade de uma pessoa como Flora, que teve uma presença revolucionária forte na cidade.”
A coroteirista, Mayra Kristina ressalta o potencial educativo da pesquisa e das entrevistas “NECESSÁRIO, já seria o suficiente, porque esse doc. é exatamente isso, e fico me perguntando: por que me privaram de saber de tal história por tanto tempo? Pois ela faz parte de todos nós piracicabanos, ela vem sem dúvida para nos fortalecer, sobretudo a nossa luta antirracista dos movimentos negros!”
A direção de produção de ”Esquecendo Flora” é assinada por Beatriz Ferraz que reflete sobre a importância de desenvolver um olhar crítico sobre a nossa história. “Olhar para o nosso passado e fazer conexões com o presente é essencial para realmente podermos dizer que estamos comprometidos com um futuro antirracista. Esse é filme é a manifestação de um desejo de apontar caminhos seguindo um preceito do ideograma Adinkra, Sankofa que segundo Abdias do Nascimento, traduz-se por retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro.”
Serviço
Projeto Nhô Cine, com o filme Esquecendo Flora, de Beto Oliveira (classificação indicativa 12 anos). Dia 25 de novembro, às 19h, na Biblioteca Municipal “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto”, R. Saldanha Marinho, 333 – Centro, Piracicaba – SP.
ig: @filmeflora, @frame7cinema, @cena14audiovisual
Divulgação por Beatriz Ferraz
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024