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Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo: 'A efemeridade do poder'

Diamantino Lourenço R. de Bártolo

A efemeridade do poder

O exercício do Poder, qualquer que seja a sua natureza: parental, militar, político, religioso, empresarial, institucional, social, entre outros, não é imperecível, bem pelo contrário, quantas vezes acontece que o seu período de duração, inicialmente previsto, é interrompido, pelos mais diversos motivos: falecimento, doença grave impeditiva, perda de mandato devida a atos injustos, ilegítimos e/ou ilegais cometidos, indignação dos subordinados com recurso à força, greve e/ou à justiça, para derrubar aqueles que, abusando do Poder, perseguem, humilham, discriminam, negativamente, uns em favor da concessão de privilégios a outros. O Poder é, portanto, efémero.

O desempenho do Poder não é compatível com atitudes negativamente discriminatórias, de favorecimento de uns tantos amigos em prejuízo dos restantes colaboradores e, em circunstância alguma, é admissível qualquer tipo de perseguição, represália ou vingança, porque estes comportamentos são próprios dos ditadores, com caráter duvidoso, sem princípios, nem valores nem sentimentos.

É sabido que o Poder é efémero: “dura enquanto durar”, por isso, mais cedo ou mais tarde, termina e, muitas vezes da pior maneira para quem o exerceu com autoritarismo, com parcialidade, com abuso, logo, é importante que as lideranças reflitam sobres os processos, estratégias a que recorrem, os objetivos que perseguem, porque não há, não pode haver, pessoas, colaboradores, empregados, cidadãos de primeira, de segunda ou de terceira categorias.

A pessoa humana nasce livre e igual, com deveres e direitos consagrados nas normas sociais, no direito consuetudinário, nas normas jurídicas, nos usos, costumes e tradições. Naturalmente que os preceitos sociais, que não são de cumprimento obrigatório, poderão não ser suscetíveis de punição quando violados, todavia, a comunidade poderá produzir a censura que ao facto couber.

A sociedade está cada vez mais repleta de líderes autoritários, em que a vaidade do Poder, lhes perturba a pouca inteligência, e as fracas ideias que possam ter. Hoje, há “líderes” que pela sua inexperiência de vida, pelo narcisismo que levianamente alimentam, e pelo deslumbramento “bacoco” do Poder, não passam de “criaturas-bestiais”, fracassadas na vida, independentemente dos estatutos: social, profissional, e cultural que possam ter adquirido, ou lhes sido concedido, ou herdado.

É uma verdade que está provada na sociedade: grande parte das pessoas que exercem o Poder despótico, pensam e agem como se essa circunstância da vida, fosse perene e que, uma vez assumido o cargo, jamais alguém os destronará, por isso, nesta “convicção” infundada, atuam indiscriminadamente, segundo a tristemente e célebre máxima: “Quero, Posso e Mando”, pisando tudo e todos os que com elas não concordam, ou se opõem aos seus desígnios maldosos.

Uma liderança forte não é a que exerce o Poder ditatorial, que dentro e no âmbito da mesma instituição, persegue subordinados e que favorece amigos, ou que a todo o custo se agarra ao cargo. Um líder democrático, humanista e habilitado, sabe fazer-se respeitar, sem se impor pela ameaça permanente da punição, e consegue identificar o momento em que deve abandonar a liderança.

Costuma-se dizer que: “Na terra dos cegos, quem tem um olho é Rei”. É provável que nos meios pequenos, em muitas instituições, de facto assim aconteça, que surjam os tais “reizinhos” os quais, rapidamente, se autopromovem a “imperadorzinhos” e assim começam a governar a organização, como se fossem uns “iluminados”, e o cargo ficaria para eles o resto da vida: para eles, e para os amigos que passam a “girar” à sua volta, “quais borboletas esvoaçando em redor da lâmpada”, desfazendo-se em bajulações pacóvias.

É muito importante que qualquer candidato, ao exercício do Poder e/ou que o já venha exercendo, tenha a humildade de refletir que será uma situação transitória na sua vida, sabendo-se que quando terminar as respetivas funções, poderá ser bem recebido, ou rejeitado pela sociedade em geral; amado ou odiado por aqueles que estiveram sob as suas ordens e que sobre tudo o que esse líder tiver feito de errado, com intenção de prejudicar alguém, terá de prestar contas.

Todo o líder, suficientemente inteligente, sabe que só tem a ganhar se for imparcial, justo, tolerante, humano, compreensivo, um verdadeiro colega, mesmo em relação aos seus subordinados e que, seguramente, estes lhe saberão retribuir sempre que necessário, porque havendo reciprocidade na troca de princípios, valores, sentimentos e boas práticas de relacionamento, a liderança e os liderados sentir-se-ão motivados, recompensados, gratos e realizados.

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Presidente do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal

site@nalap.org

 

 

 

 

 

 

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