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Pedro Novaes: ' Sem sáude'

colunista do ROLPedro Israel Novaes de Almeida – ‘SEM  SAÚDE’

 

 

Em meio a tanta turbulência política e manifestações ruidosas, surge enfim uma unanimidade nacional.

Esquerda e direita, enfim, concordam no quesito desrespeito à saúde do cidadão. Cento e dez por cento dos governos municipais, estaduais e federal, das mais variadas siglas, gerem, e não resolvem, os problemas da saúde pública.

Para o bom andamento do setor, é imperioso o dueto orçamento e gestão. Uma boa gestão, sem recursos, de nada adianta, e nem mesmo uma enxurrada de recursos salva uma gestão medíocre.

Orçamentos, em regra, são insuficientes, e a rigidez cadavérica das tabelas do SUS torna precários os atendimentos. Remédios poucos, profissionais mal remunerados e o progressivo sucateamento das instalações apontam para o agravamento dos problemas.

A rigor, não existem hospitais municipais, pois todos atuam no atendimento a populações das cidades vizinhas. Todos, indistintamente, são, em maior ou menor grau, regionais.

Prefeitos do entorno contribuem, em regra, menos que o necessário, e governadores seguem confortáveis, alheios ao fenômeno regional, ensejador de que sejam, a maioria, abrigados pela estadualização. Conta a lenda que ambulâncias de pequenos municípios lançam doentes nas imediações dos hospitais do município sede, para evitar o conhecimento da origem geográfica.

O atraso no pagamento de salários dos profissionais tem gerado paralizações em grande número de municípios, atingindo hospitais, pronto – socorros e postos de saúde. Exames disponíveis tornam-se poucos, e remédios raros.

Enquanto isso, crescem as terceirizações das administrações hospitalares, algumas exitosas e outras escandalosas. Administrações estadualizadas parecem melhor estruturadas e mais tecnificadas.

A crise na saúde é silenciosa, atingindo com mais rigor as pessoas que mais necessitam, e manifestações, quando existentes, são tão pontuais quanto breves. Inexistem grandes passeatas, apoio de artistas, discursos inflamados e comoções gerais.

A crise na saúde indica, invariavelmente, irresponsabilidade dos gestores, em todos os níveis, e vergonhosa noção de prioridades. Os mais desastrados índices são insuficientes ao abandono de gastos supérfluos e festanças oficiais.

Estamos involuindo, e retornando ao tempo em que as Santas Casas e Hospitais eram Casas de Misericórdia. Hoje, sequer a misericórdia restou.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.

Helio Rubens
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