Pedro Israel Novaes de Almeida – REVOLUÇÃO ELETRÔNICA
As redes sociais revolucionaram o convívio humano.
Frequento, há alguns anos, o Facebook, e cheguei ao ambiente como um elefante em loja de cristais. Rever e conversar com amigos é sempre uma satisfação.
Houve um tempo em que a comunicação era feita por cartas, sempre demoradas, e telefone, perpetuamente caro. O e-mail, instantâneo, já havia cumprido sua função, suplantando o próprio fax.
Outrora, os carteiros eram ansiosamente aguardados, e hoje dedicam a maior parte do tempo entregando os antipáticos boletos. Como a maior parte dos funcionários públicos, também foram atingidos por gestões partidarizadas e primárias, vivendo agora a ameaça de desemprego.
As redes sociais, e a própria internet, deprimiram o campo de trabalho dos viajantes, que carregavam mercadorias, como mostruário a encomendas do comércio. O comércio eletrônico ameaça o comércio estabelecido, pois não se limita a determinado endereço, mas frequenta todos os ambientes.
Reside na informação o grande trunfo das redes sociais. Até pouco tempo, as notícias eram pouco disseminadas, quase sempre superficiais e nada comentadas.
As redes também desinformam, disfarçam batalhas comerciais, demolem biografias, estimulam preconceitos e geram inimizades. Como todo centro de vivência humana, exigem algum preparo para filtrar idiotices e malevolências, separando verdades e mentiras, boas e más intenções.
As redes permitem o acesso a livros, palestras e publicações, contando ainda com voluntários, que ensinam utilidades e demonstram sensacional bom humor, montando cenas e frases que animam o dia e desmistificam fatos.
O poder das redes sociais intimida poderosos e sistemas, socializando o conhecimento e tornando públicos os feitos e desfeitos que jamais poderiam ficar ocultos. As redes tornaram efetivos os enunciados de publicidade e transparência, que jaziam no texto constitucional.
Poderosas, atraem o inconformismo dos que insistem em gerir bens e interesses públicos como se pertencessem à seara privada. Não são poucas nem desprezíveis as tentativas de censura ao conteúdo postado.
Excessos e abusos podem e devem ser arguidos na esfera judicial. As redes também documentam criminosos demonstrando riquezas que jamais possuíram.
Funcionam como apelo de socorro, na busca de auxílio e medicamentos, e acabam palco de grande feira livre, em vendas e permutas de bens e serviços. As redes trazem companhias e convivência, aos solitários.
As redes jamais serão recatadas e ordeiras, pois são núcleos humanos, com todos os ingredientes de maldades e boas intenções, construções e demolições. Assim como na vida, temos nas redes a opção de escolher amizades e conteúdos. São, de fato, uma revolução !
O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.