A coluna de Sergio Diniz da Costa no jornal da APEVO
LITERATURA, ARTES & CURIOSIDADES
Abril de 2017
A Malfadada ‘Lei de Murphy’
Você acordou com meia hora de atraso, não teve tempo de tomar seu café, saiu de casa às pressas e, no caminho até o ponto de ônibus, levou um banho quando aquele carro passou apressado pela poça de água ao seu lado. Não bastasse tudo isso, o motorista do ônibus não viu o seu sinal e passou direto por você. Eis uma descrição de um dia sem muita sorte. Há muita gente que, nesses casos, descreve a situação como sendo parte da Lei de Murphy, cujo maior fundamento é: quando algo pode dar errado, vai dar errado. Você provavelmente já deve ter ouvido falar dela, mas será que isso tudo é verdade? O que os cientistas têm a dizer a respeito da lei de quem não tem sorte?
Primeiro: a lei existe mesmo e a ciência a reconhece como verdadeira. De acordo com o site Ask a Mathematician, o lado matemático que comprova a lei é extremamente complexo. Uma máxima que explica a aplicabilidade da lei é a de que nada dura para sempre. Partindo desse princípio, é fácil saber que as peças de um computador vão, eventualmente, ser desgastadas, por exemplo. A explicação por meio da lógica aleatória, contudo, não pode elucidar a lei como um todo, embora esse tipo de “coincidência” seja um forte indício de que há alguma lei da Física por trás dos decretos de Murphy.
O cientista Robert Oppenheimer é o pioneiro nos estudos a respeito da Lei de Murphy, pois se baseou em sua própria história desafortunada: ele havia sido alertado pelos colegas de que, quando estava presente com as outras pessoas no laboratório, a chance de alguém derrubar um muffin e o bolinho cair virado para baixo era de 42%. Você pode achar graça da situação, mas Oppenheimer chegou a ser “convidado” a não trabalhar mais em laboratórios. Foi então que ele começou a estudar a Lei de Murphy e não apenas constatou a veracidade da lei como a classificou como “robustamente injusta”. Para ele, era importante não subestimar o poder do que teima em dar errado.
O fato é que existem algumas pessoas azaradas, que parecem ter sobre suas cabeças uma pequena nuvem negra. Essas pessoas são as “vítimas” das leis de Murphy. Edward Murphy foi capitão da Força Aérea Americana e, logicamente, primeira vítima da lei que viria a criar. Sua função como capitão era testar os efeitos da desaceleração rápida em aeronaves, e Murphy teve a ideia de criar um aparelho que ajudasse aos pilotos envolvidos na tarefa. O problema foi que o aparelho, que devia calcular os batimentos cardíacos e a respiração dos pilotos, não funcionou e causou uma pane geral. Murphy acabou ficando com o filme queimado e, então, criou a lei que dizia: “Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará”.
Confira outras variantes dessa lei e nos conte: você acredita nela?
– Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone;
– A informação mais necessária é sempre a menos disponível;
– A fila ao lado sempre anda mais rapidamente;
– Toda partícula que voa sempre encontra um olho;
– A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga (ou da geleia) virado para baixo é proporcional ao valor do carpete.
– A informação mais importante de qualquer mapa está na dobra ou na margem.
– As meias sempre entram na máquina de lavar de duas em duas, e saem de uma em uma.
– Levar um guarda-chuva quando há previsão de chuva torna menos provável que chova.
– Sempre encontra as coisas no último lugar em que olhou.
– Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.
– Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é ruim,
acontece.
– As peças que exigem maior manutenção ficarão no local mais inacessível do aparelho.
– Quando te ligam: a) se você tem caneta, não tem papel. b) se tem papel
não tem caneta. c) se tem ambos, ninguém liga.
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024