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Jorge Fakury: 'A primeira vez a gente nunca esquece'

Jorge Facury: ‘A primeira vez a gente nunca esquece’

Fui parar, assim meio de repente, em Laranjal Paulista…

Nunca tinha estado nessa cidade do interior, de nome tão silvestre, mas, tinha a referência bem guardada na memória, pois, meu pai, Raul, sofreu um acidente grave em 1992 e foi perto dessa cidade… Quase morreu. Tão grave foi, (eximo-me de detalhes), que só não morreu por circunstâncias muitíssimo favoráveis,  a saber: o Pronto-Socorro de excelência da equipe médica de Rubião Júnior (Botucatu – Unesp – para onde foi levado em emergência), sua grande resistência física e a proteção espiritual de que sempre desfrutou em toda a vida (dá um livro…).

Bem, fui parar na dita cidade pelo seguinte motivo: participei do circuito Mapa Cultural Paulista com um conto. O texto foi aprovado na fase municipal e foi para a fase regional. Tempos depois, recebi um telefonema de que precisava estar presente na sede da fase regional e um veículo oficial da prefeitura veio me buscar em meu endereço. Ameaçava chuva.

No meio do caminho, o céu noturno exibia relâmpagos. Chegando a Laranjal, por volta das 20h (o motorista, uma representante da Secretaria da Cultura e mais um aspirante-escritor, bancário, com quem busquei manter uma conversação legal), entramos num prédio antigo, adaptado, cheio de motivos artísticos e muita gente circulando. Os textos de todos os participantes estavam num longo varal. Encontrei o meu lá. Não havia sido aprovado naquela fase. Nem o do bancário que me acompanhava.

Li o texto aprovado, de uma escritora interiorana, e, confesso, se estivesse na banca examinadora escolheria o texto dela: lindíssimo, maravilhoso, absolutamente merecedor! Sentei-me entre o público participante, exatamente atrás de uma moça que tinha uma tatuagem abaixo do pescoço (roupa curta) que trazia uma mensagem: “Tenha a coragem de ser você!”.

Rolaram homenagens e aplausos e, depois, o microfone ficou aberto para quem quisesse falar. Aproveitei, junto a outros que falaram, e declamei um poema meu, decorado, que tinha de memória. Fui aplaudido. Logo saímos do prédio, debaixo de chuva, relâmpagos e trovões.

Voltamos para Sorocaba naquele aguaceiro. Então, ficou esta lembrança: na primeira vez na vida em que pisei em Laranjal Paulista, declamei um poema para um público desconhecido em noite de chuva e saí correndo. Não é todo dia que você chega numa cidade à primeira vez, é aplaudido, sai correndo debaixo de chuva forte, e volta para o conforto de sua cama, bem tranquilinho… Ora, algo assim a gente nunca esquece!

Sergio Diniz da Costa
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