O ROL É UM RESPIRADOURO NUMA IMPRENSA QUE SE
DISTANCIA CADA VEZ MAIS DAS BOAS PRÁTICAS JORNALÍSTICAS
Cheguei ao ROL pelas mãos do Carlos da Terra, também colunista, que leu o meu livro NÁUFRAGO DA UTOPIA, gostou e entrou em contato comigo pela internet.
O He
lio Rubens, outro velho guerreiro do jornalismo (uns poucos anos mais velho do que eu…) me recebeu como um irmão e, percebi hoje, já se passaram mais de 11 anos desde que meus artigos passaram a ser publicados ininterruptamente.
Então, dos 23 anos de existência do ROL, devo ter participado da metade. O que posso dizer desta experiência?
Primeiramente, que sempre fui um autor polêmico e enfrentei muita censura na vida, inclusive um processo movido pela ditadura por minha atuação como editor de revistas (afora os quatro outros por haver lutado contra o regime militar como militante clandestino) e outro pelo Boris Casoy por haver repetido uma informação sobre seu passado que era do conhecimento público. As duas batalhas legais que travei como jornalista, venci. Mas, isto não impede de ser discriminado por muitos veículos até hoje.
O fato é que o Helio Rubens jamais teve medo de publicar nada que lhe enviei, não cortou trecho nenhum nem sugeriu qualquer alteração. Dá aos novos jornalistas uma lição sobre como um editor de verdade deve proceder.
Para não ser injusto, darei o mesmo crédito ao José Milbs, do jornal O Rebate, da região de Macaé (RJ), também velho jornalista, também irrepreensível como editor. De dezenas de jornais eletrônicos, sites e blogues com os quais colaborei durante todo esse tempo, foram os dois primeiros e a colaboração se mantém até hoje. Muitos outros romperam relações; lamentavelmente, boa parte por haver recebido pressões de intolerantes de direita e de esquerda. A liberdade é uma planta muito frágil no Brasil.
E por que tantos colaboradores valorosos se voluntariam para fazer bons veículos de internet como estes dois? Evidentemente, as motivações variam, mas uma deve ser destacada: os veteranos ainda estamos imbuídos da convicção que norteou nossas carreiras, de que o jornalismo, mais do que profissão, é uma vocação e, até, um sacerdócio. Existimos para disponibilizar a verdade para todos os leitores que possamos atingir, ajudando-os a não serem manipulados pelas máfias que se organizam para impingir-lhes gatos por lebres, em todas as esferas do cotidiano.
Como a grande imprensa atua, cada vez mais, para direcionar a opinião pública no sentido que convém a seus patrões e anunciantes, ignorando as boas práticas jornalísticas ou fingindo obedecê-las na forma enquanto as burla no conteúdo, é fundamental que continuem existindo respiradouros como o ROL, nos quais ainda se pratica um jornalismo tão isento e imparcial quanto humanamente possível.
Que continue cumprindo tal missão por muitos e muitos anos!
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.