José Antonio Torres: Poema ‘Sol e Lua’
O Sol e a Lua.
O dia e a noite.
Dois amantes apaixonados que se procuram na agonia do desencontro.
Jamais poderão realizar esse amor.
Em certa época, durante um momento fugaz,
Conseguem vislumbrar um ao outro.
O Sol a se deitar
E a Lua surgindo para a noite iluminar.
Por esse breve espaço de tempo se admiram,
Mas logo se perdem outra vez.
Em momentos de profunda tristeza,
A Lua esconde o seu brilho
E deixa uma tênue tira de claridade aparente,
Apenas para que o seu apaixonado saiba que ela está lá,
Na esperança de vê-lo.
Na medida em que essa esperança aumenta,
Ela vai aos poucos se iluminando
Até se tornar esplendorosa em sua forma plena.
O Sol, em sua louca paixão,
Ao menos de longe quer admirar a sua amada.
Envia seus raios de amor
Para que ela brilhe no palco celeste,
Extasiando a humanidade com sua beleza prateada.
Passam os dias e as noites assim, afastados,
Mas ligados pelo magnetismo do amor cósmico.
E o ciclo se reinicia.
A Lua vai se deitar
E o Sol vem surgindo para o dia clarear.
Dois amantes, cada um com seu mister,
Vivenciam um amor platônico,
Fadados à dor da eterna separação.
José Antonio Torres
Contatos com o autor
- Sementes de sentimentos - 2 de outubro de 2024
- Palavras sufocadas - 20 de setembro de 2024
- Estação das flores - 5 de setembro de 2024
Belíssimo poema, belas e doces palavras.
Muito obrigado por suas palavras, Patrick.
Esse feedback é importante para os autores sentirem que a energia e a sensibilidade contida em seus textos estão chegando ao coração dos leitores. Esse reconhecimento é o nosso maior tesouro.