Crônica tema ‘Minha mãe e eu’:
A colunista Sônyah Moreira homenageia sua mãe adotiva, dona Elza
Mãe por escolha ou destino?
O dia era comum como outro qualquer, nada de especial; ao abrir os olhos, porém, vi que o teto era diferente daquele ao qual estava acostumada.
Uma voz a mim desconhecida me perguntou se eu estava bem. Todavia, eu não estava entendendo nada, pois, na tenra idadem não há muita compreensão do que é real ou imaginação.
Ouvia aquela voz nas noites em que não conseguia dormir, com dores naturais da infância. E ela também não dormia, ficava ao meu lado nas horas noturnas em claro.
O tempo passou sem muita percepção do que havia ocorrido. Entretanto, aquela voz me mostrou como eu deveria ser; me encaminhou na religião, me ensinou os afazeres da vida, costurou meu primeiro vestido de baile, me ensinou a me maquiar!
Aquela voz, seu exemplo, me fez o que sou hoje: mãe, esposa, mulher!
Caro leitor, você deve estar imaginando que falo de minha mãe! Sim e não! Normalmente pensamos em mãe como sendo aquela pessoa a qual nos trouxe ao mundo, mas nem sempre é assim.
A pessoa que me trouxe ao mundo, que me deu à luz, e por algum motivo misterioso me deixou nascer, não tirou a minha oportunidade de viver, crescer e ser mãe, a essa pessoa digo um ‘muito obrigado’! Afinal, ela tinha o livre arbítrio de prosseguir ou não a gestação; meu destino esteve em suas mãos durante nove meses. Obrigada por me deixar nascer!
Ah! Aquela voz que ouvi por anos, essa não me trouxe ao mundo, mas me criou para o mundo.
A essa pessoa especial, dona da voz que ouvi durante grande parte da minha vida, obrigado é pouco; não haverá gratidão que compense seu comprometimento com alguém em relação a quem não havia obrigação consanguínea ou mesmo contratual.
Ela já se foi, e sua partida foi tão serena quanto sua jornada terrena; e, esteja onde estiver, certamente está bem, pois que colhendo o Bem que semeou no plano terrestre. E a minha gratidão chegará a ela em forma de oração.
Obrigada por me criar, e me acolher em seu ninho de amor, indo contra muitas pessoas que lhe diziam que era uma loucura.
Esta é, talvez, uma homenagem tardia. Contudo, espero que seja como o entardecer de um dia, que trará uma noite repleta de luzes.
Muito obrigada, Dona Elza! E a todas as mães que, por escolha ou destino, criam seus filhos para o mundo.
Sônyah Moreira
sonyah.moreira@gmail.com
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola – NALA, e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre vários titulos: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos, Pesquisador em Artes e Literatura; Pela Academia de Letras de São Pedro da Aldeia, o Título Imortal Monumento Cultural e Título Honra Acadêmica, pela categoria Cultura Nacional e Belas Artes; Prêmio Cidadão de Ouro 2024, concedido por Laude Kämpos. Pelo Movimento Cultivista Brasileiro, o Prêmio Incentivador da Arte e da Cultura,


