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Pedro Novaes: 'Boa Notícia'

Pedro Israel Novaes de Almeida – ‘BOA NOTÍCIA’

 

 

 

Vivemos uma época histórica.

Corruptos de todas as cores e tendências figuram no noticiário policial, cabisbaixos, sendo conduzidos à prisão. São, em sua maioria, políticos, mas, antes de políticos, eram e continuam sendo simplesmente ladrões.

A corrupção chegou-nos à bordo da primeira caravela, e, salvo um ou outro raro honesto, nossa história sempre foi protagonizada por aproveitadores do poder. Existiram corruptos, muitos, que agiam nas antessalas do poder, mas a maioria de nossos corruptos é capaz de discursos maravilhosos, que emocionam multidões.

De início, e por longo período, a corrupção abastecia bolsos sequiosos por fortunas, mas, institucionalizada, passou a abastecer fortunas partidárias, conferindo a diversos partidos o status de quadrilhas criminosas.

O loteamento das estruturas públicas, destinando cada setor a uma quadrilha, gerou feudos pouco sondados, que contavam com apoio partidário.  A busca desenfreada e imoral por bases partidárias gerou maiorias forjadas no desvirtuamento de pessoas e instituições.

O país, a cada década, sofreu mais e mais a precarização dos serviços públicos, até chegarmos à situação de não pagamento de salários a servidores, desemprego gigantesco e crise geral da economia. São pouquíssimas as estruturas de saúde que bem atendem a população, e raros os espaços onde não impera a insegurança e cresce, assustadora, a violência.

As campanhas eleitorais tornaram-se milionárias, premiando com a reeleição nossos piores quadros políticos. A utilização de caixa 2, originalmente criminosa, é cinicamente referida como natural.

Nossos grandes investimentos e feitos surgiram recheados de criminoso agigantamento de custos, desviados aos corruptos de sempre. Roubaram em tal medida que as grandes obras acabaram inconclusas, como templos à desonestidade.

Eis que, em meio à histórica e agravada sem-vergonhice, emerge um heroico grupo de funcionários públicos concursados, juízes, promotores, delegados e investigadores, ensejando a tão odiada quanto aplaudida Operação Lava Jato. O instituto das delações permitiu a descoberta de assaltos ao erário, conduzindo muitos poderosos ao cárcere e denúncias.

A descoberta e publicidade dos roubos gera profundo inconformismo e revolta, mas dá novo alento aos que insistem em acreditar em um futuro institucional mais honesto e justo. É crescente o número de envolvidos em falcatruas, e crescente o número de estruturas públicas apodrecidas.

A Lava Jato sofrerá boicotes e desincentivos, pois sua missão ainda deverá seguir por anos a fio, atormentando os que praticaram crimes de colarinho branco. Para corroborar com tão hercúlea tarefa, devemos, todos, erradicar as desonestidades de nosso entorno, tratando corruptos como ladrões.  É chegada a hora de premiar honestidades e estranhar fortunas nascidas do cargo, capitais que jamais foram trabalhos acumulados.

pedroinovaes@uol.com.br

O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.

 

Helio Rubens
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