Sôniah Moreira:
‘A NOSSA HISTÓRIA NOS AMEDRONTA OU NOS ENVERGONHA?
Passaram-se séculos e continuamos a sentir medo e vergonha de nossa breve história.
Caro leitor, talvez possa justificar os acontecimentos atuais, voltando alguns séculos. Vamos relembrar as aulas de História do Brasil, nosso descobrimento e colonização, a derrubada da Monarquia, os anos de ditadura militar e, agora, a ameaça que vivemos hoje contra a democracia.
A cada novo capítulo, ficamos mais estarrecidos quando lemos ou ouvimos nos noticiários sobre atitudes mais absurdas e incoerentes; porém, divulgadas como coisa corriqueira, normal!
A desfaçatez dos políticos se assemelha a uma peça teatral tragicômica, pois não se envergonham em mudar de lado a cada novo aceno de mão, com Dólares ou Euros, cargos, benefícios, e tudo que o povo abobalhado pode lhes conceder.
Espantam-se em serem denunciados, acreditam piamente estar acima da lei, dizem em alto em bom som que estamos na democracia. Ora, vejam isso!
Vamos voltar um pouco, digamos muitos anos atrás, a comédia começou com a chegada do rei de Portugal, fugindo de Napoleão.
Sua viagem magnífica, patrocinada pela Inglaterra e que pagamos por anos e anos o peso dos navios em ouro. Quem sabe Sua Majestade inglesa possa nos ajudar neste momento crucial, em nome dos velhos tempos!
Caso a Corte não fosse transferida para terras tupiniquim, creio que estaríamos à luz de lamparina ainda. Desta forma, sempre temos que olhar o lado bom da coisa. Ou, talvez, estivesse melhor às escuras, pois, assim, não enxergaríamos o abismo dentro do qual estamos.
O problema todo é que, desde tempos monárquicos, já se aglutinavam os abutres nos banquetes palacianos, tal qual acontece atualmente. Ou seja, nada mudou! Ou, quem sabe, somente a quantidade de banhos.
A balbúrdia corre solta e nada podemos fazer! Pagamos a orgia dantesca do engravatados; deixamos de ser colônia de Portugal, para ser um puxadinho de quinta categoria, da famigerada Brasília, capital da baderna, o planalto dos assaltos ao povo reles brasileiro.
Nossa história tanto nos amedronta como nos envergonha, não há outro nome, é simplesmente vergonhosa e o medo também está presente, pois não sabemos o que nos espera adiante; seguimos no escuro, em um túnel sem luz no final.
Estamos órfãos, não há descendência decente, ninguém para que possamos clamar por ajuda! Estamos à deriva em um mar revolto de corruptos e corruptores. E quanto a nós? Estamos cá acorrentados nesse lodo que impregnou nosso DNA.
O circo se completa com o espetáculo de horrores, do qual nosso líder máximo deixa transparecer seu ódio pelas instituições, que procuram cumprir a lei; suas expressões faciais demonstraram seu desprezo pela plebe, ignorou por completo provas irrefutáveis, que para qualquer bom entendedor não deixa dúvidas.
Socorro! Precisamos acordar o gigantesco país entorpecido pelos gases fétidos da podridão em que se transformou nosso staff político. Que vergonha!
Nosso povo sendo feito de otário, palhaço, mico amestrado, nossa nação estampada nos jornais do mundo inteiro, como o país da vergonha, da corrupção, um país de bobos!
E aí, caro leitor, nossa História amedronta ou envergonha?
Sônyah Moreira sonyah.moreira@gmail.com
- Vernissage de exposição artística - 20 de novembro de 2024
- Renascimento verde - 18 de novembro de 2024
- Mário Mattos, 100 anos de puro talento - 11 de novembro de 2024
Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024