Rafaela Portela foi a entrevista desta edição do ‘|Por Onde Andas?’
Por Rogério Sardela – MTB 0070270-SP
Rafaela Portela trocou a agitada vida de repórter para ser mãe e há mais de duas décadas atua no segmento de telemensagens. Ela falou sobre o cenário político atual do País, da imprensa e revelou
A reportagem encontrou Rafaela Portela fazendo compras ao lado de sua inseparável mãe, numa rápida passagem por um supermercado da cidade. Sempre bem-humorada, prontamente aceitou o convite para a coluna Por Onde Anda?
De repórter a entrevistada, ela, nascida apenas Rafaela Portela, em 06 de fevereiro, natural de Itapetininga, é filha única de Ivany Packer e Antonio Gonçalves Portela.
Vida escolar
Apesar de ter nascido na ‘Terra das Escolas’, foi em Santa Catarina que Rafaela cursou o Ensino Infantil, parte do Fundamental em Mato Grosso e novamente em Itapetininga, prosseguiu na EE Adherbal de Paula Ferreira e o Ensino Médio foi concluído na Escola Modesto Tavares de Lima.
Já nas Faculdades Integradas de Itapetininga (FKB), cursou Comunicação Social e Relações Públicas.
Quando estava no último de Jornalismo, pela Uniso, descobriu que estava grávida e preferiu não concluir.
Os primeiros passos na imprensa
Rafaela Portela lembra que sua estreia no rádio aconteceu entre 1993/1994, na Clube de Itapetininga.
Segundo ela, sua intenção não era ser repórter. “Na realidade eu fui fazer um teste para ser operadora de som, daí não levei jeito e o Ricardo Leite me levou para fazer um teste como repórter no setor jornalístico”, lembra, contando ter permanecido por seis anos na emissora.
“Essa rádio foi uma escola para mim”, destaca Rafaela, mais uma vez agradecendo o apoio de Ricardo, o qual ela considera ter sido seu “professor e mestre” em tudo que aprendeu e desenvolveu, com “empenho e carinho dele para que eu desse certo”, frisa.
Trabalhos na imprensa escrita
De repórter de rádio não demorou para que Rafaela simultaneamente se tornasse colunista da imprensa escrita. Ao lado de Patrícia Moura, assinou com sucesso uma coluna chamada Parabólica, publicada pelo Jornal O Popular de Itapetininga, da mesma editora do respeitado Jornal Regional Nossa Terra, onde também fez reportagens.
“Na época Parabólica era como se fosse uma coluna social”, enfatiza Rafaela. “Todos gostavam de ver, aparecer e serem lembrados e entrevistados. Era muito legal. Teve bastante sucesso e não deixou de ser uma terapia”, continuou a entrevistada.
Seu último trabalho na imprensa foi no Jornal Rota 21, em 1999. “Após o falecimento de Clarindo Alves Lamounier (fundador do semanário), tudo mudou e a partir daí meus caminhos na área da imprensa já estavam em outro curso”, observou Rafaela.
Reportagens marcantes
Questionada sobre alguma reportagem que lhe tenha marcado, Rafaela disse não ter como destacar, já que fez desde coberturas esportivas, políticas, culturais e sociais. “Desculpe”, disse a entrevistada. ”É muito difícil. Não conseguiria responder, pois foram várias, com aspectos muito diferentes, mas posso afirmar com certeza marcantes e trabalhadas com muito empenho e dedicação para que saíssem perfeitas em suas informações para os ouvintes e leitores”.
Ferramentas de trabalho
Além do gravador de fita cassete (sim, naquela época não existia a tecnologia do celular), outra inseparável e importante ferramenta de trabalho de Rafaela era uma Vespa de cor vermelha.
Claro que a reportagem perguntou se a ‘vespinha’ ainda existe. “Não tinha quem não me conhecesse”, disse Rafaela, aos risos. “Pra dizer a verdade, fui a primeira mulher a andar com uma moto Vespa na época”, recorda-se a repórter. “Ela me rendeu muito tempo, distâncias, e produção… Infelizmente não a tenho mais”, lamenta, revelando que o veículo fora furtado e que até hoje não encontrou. Neste momento Rafaela ri da situação e aproveita a entrevista para informar o número da placa (BVDE 3054). Se alguém vê-la por aí, é minha (rindo outra vez), avisem a polícia e me liguem”.
De repórter a mensageira de emoções
Quando ainda militava na imprensa, entre 1995 e 1996, Rafaela foi a pioneira no segmento de telemensagens em Itapetininga, aliás, uma sobrevivente, já que sua empresa continua na ativa.
Perguntada sobre alguma homenagem que considera especial, entre inúmeras mensagens recheadas de emoções que levou, salienta que as de mães e pais são as que a “fazem chorar” junto com os clientes. “É muita demonstração de amor nessa hora”, destaca.
Vida pessoal
Solteira por opção (“inteligente”), como classificou a entrevistada, ela falou que sua rotina como filha e mãe é extremamente corrida e ocupada. “Tenho que cuidar da minha mãe e das obrigações com minha filha Rafaela, de 16 anos”, riu novamente.
Rafaela Portela comentou nunca ter parado para pensar no que lhe dá mais prazer na vida. “Vivo tão dedicadamente cada dia de minha existência, que a minha vida, estar com saúde, lúcida, andando de moto (não a ‘vespinha’), produzindo para outros ao meu redor, é o que me satisfaz e me dá prazer de vida, de sentir útil e produtiva, é isso!”, enfatizou.
Dotes culinários
Não é difícil encontrar publicações de Rafaela com familiares e amigos em mesas fartas de guloseimas. A pergunta, claro, foi sobre o que ela gosta de inventar na cozinha. E veja qual foi a resposta. “Nossa, aí você chutou meu calcanhar. Quem me conhece sabe… ODEIO cozinhar, não vim com esse dom. Dizem que ninguém é perfeito, né? A minha maior imperfeição tá aí (rindo). Não frito nem ovo”, entregando que sua mãe é a “RAINHA” desse departamento em sua vida e acrescenta: “e ela vai ser ETERNA… então não tenho que me preocupar com isso”, risos.
Imprensa
Sobre a imprensa nacional e local, Rafaela considera “um lixo”, já que sua opinião a mesma é imparcial com os chamados valores e ética. Não existe nem aqui, nem no País todo. É UTOPIA!”, disparou.
Para Rafaela, a imprensa, em especial de Itapetininga, dos anos 1990, tem um diferencial muito grande se comparada aos dias atuais.
Se toparia voltar a ser repórter? Ela afirmou estar fora de seus planos.
Atualidade
Em relação ao atual cenário do Brasil, Rafaela se disse “esperançosa” com o juiz Sérgio Moro lutando pela punição dos maus políticos. “Se tivéssemos mais uns dez como ele, aí sim, bateria o martelo que o Brasil iria mudar. Se uma Itália mudou, por quê não aqui?”, indagou.
Sobre a nova Administração de Itapetininga, a empresária respondeu: “espero como grande feminista que sou, que a prefeita faça jus ao cargo que foi eleita, porque eu votei nela, não quero me arrepender, que ela mostre a capacidade e competência de uma mulher de garra e fibra para por ordem na casa, nossa, aqui de Itapetininga. Já nossa Câmara, não vale a pena nenhum comentário, quando for merecido, talvez exponha algum, mas trabalhar mais, falar ou gritar menos, já seria um bom começo lá na casa dos vereadores”.
Por Onde Anda Rafaela Portela?
A entrevista foi encerrada com a pergunta que dá nome ao espaço. “Ando aqui mesmo, em Itapetininga, trabalhando muito e de vez em quando esbarrando com velhos e grandes amigos, de décadas atrás. Isso que me alegra, saber que existem pessoas que ainda valem a pena a gente reencontrar e fico muito feliz em saber que estão bem, cada um à sua maneira, mas estão maravilhosos”.
“Agradeço imensamente a oportunidade que me deu em participar da sua coluna, Rogério. E é algo impagável, as lembranças que me tirou da alma de momentos tão felizes e especiais e que fizeram parte da minha vida. Tenho saudades sim, da equipe jornalística que fomos na nossa época. Aquilo sim era imprensa de entretenimento, informações, a verdadeira utilidade pública, não a decadência e deprimência que virou nos dias atuais. Só receitas de bolo e meteorologia”, finalizou.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.