O leitor participa:
Cláudia de Almeida Carvalho: ‘O rei e o mendigo’
As almas humanas se alimentam de paixão, na forma de seus mais variados nuances.
Precursora da própria existência e de toda a capacidade criativa é a paixão a real fonte da juventude eterna e do processo evolutivo.
Opõe resistência, porém, o homem à sua rendição a esse sentimento de tamanha magnitude, confuso que se vê diante dos seus paradoxos.
Ao mesmo tempo remédio para a alma, para a cura de todos os males, se transfigura no mais cruel, amargo e mortal dos venenos capaz de roubar a verdadeira vida que há em nós.
E é tudo tão assustador que a fuga nos parece ser o rumo à nossa salvação, nos levando sim a perder a verdadeira essência da vida e nos desconectar daquele que realmente somos.
E nasce a poesia.
O último beijo perdido era também o primeiro que nunca foi repartido.
O beijo suave com gosto de eternidade, promessa de um momento de êxtase supremo do abraço de almas em uma só sintonia cósmica.
E o silêncio gritou de lacerante dor no imenso vazio que se abria, suplicando para você ficar, não me deixar à deriva dos nossos próprios sonhos.
Com sua partida, esvaziou o balão dos seus sonhos e de repente você envelheceu e se fez ver sua verdadeira idade e a mediocridade do conformismo tomou forma.
E a alquimia, exercendo sua arte de transmutação, fez do rei deposto um pobre mendigo.
Reflexões, 12/9/2017
Cláudia de Almeida Carvalho
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024