Élcio Mário Pinto:
‘INSPIRAÇÃO PARA ESCREVER’
Quando me perguntam sobre a inspiração que tenho para escrever, penso em diversas respostas a oferecer. Imediatamente, vem aquele sentimento que compartilho com Ana Cristina Rodrigues Henrique: “Minha inspiração vem do cotidiano”. A jovem poetisa de 13 anos tem toda razão. É assim que me sinto também. Pessoas, objetos, situações e convivência, próxima ou distante, tudo é motivo para a inspiração movimentar mente e mão, sem mentir, é claro, diria Sergio Diniz, o poeta.
Também penso em todas as pessoas que trabalham para que a escrita seja publicada: revisão, capa, ilustrações, prefácio, diagramação, impressão, enfim, uma equipe que se dedica, com o coração, para que o leitor receba a inspiração transformada em letras e assim, alcance, com o autor, a eternidade.
Finalmente, penso que para me explicar melhor ao leitor interessado, vale a citação da criatividade nos desenhos animados. Em particular, aqueles apresentados em Toy Story. Mas, por quê? E a resposta é esta: naquele desenho, não só as pessoas retratadas se movimentam. Também os objetos e os brinquedos ganham vida. É interessante lembrar que nem todos os brinquedos têm fisionomia humana, mas ganham vida assim mesmo.
Para mim, acontece algo mais ou menos assim. A diferença é que enquanto escrevo vejo tudo se movendo, não só objetos e brinquedos, mas tudo, absolutamente todas as coisas, inclusive, aquelas que chamamos de inanimadas. Do teto ao chão, da parede ao espaço, das pedras ao invisível, para mim, tudo está, literalmente, vivo e em movimento.
Então, vejo-me diante do grande filósofo grego Parmênides, de Eleia, que viveu, aproximadamente, entre os anos 530 até 460 antes de Cristo. Este pensador da Filosofia defendia que o movimento é pura ilusão. Disto, pode-se concluir que a perfeição não se move, porque já é absoluta e completa. Ela nada tem a aprender, porque tudo sabe, sempre soube e nada mais conhecerá. Em 8 letras, trata-se do Absoluto.
Para o filósofo eu diria: se nossa percepção é tão limitada e nos engana com o movimento que vemos e não existe, então, para escrever a respeito das coisas, da convivência e até do invisível, quero ver tudo se movimentando, afinal, não sou o Absoluto que contempla. Sou só uma criatura feliz, contemplando o balé da Existência!
ÉLCIO MÁRIO PINTO
02/10/2017
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Natural de Sorocaba (SP), é escritor, poeta, revisor de livros e Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL. Acadêmico Benemérito e Efetivo da FEBACLA; membro fundador da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia – ALSPA e do Núcleo Artístico e Literário de Luanda – Angola e membro da Academia dos Intelectuais e Escritores do Brasil – AIEB. Autor de 8 livros. Jurado de concursos literários. Recebeu, dentre várias honrarias: pelo Supremo Consistório Internacional dos Embaixadores da Paz, o título Embaixador da Paz e Medalha Guardião da Paz e da Justiça; pela Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente o título de Conde; pela Soberana Ordem da Coroa de Gotland, o título de Cavaleiro Comendador; pela Real Ordem dos Cavaleiros Sarmathianos, o título de Benfeitor das Ciências, Letras e Artes; pela FEBACLA: Medalha Notório Saber Cultural, Comenda Láurea Acadêmica Qualidade de Ouro, Comenda Ativista da Cultura Nacional; Comenda Baluarte da Literatura Nacional e Chanceler da Cultura Nacional; pelo Centro Sarmathiano de Altos Estudos Filosóficos e Históricos os títulos de Doutor Honoris Causa em Literatura, Ciências Sociais e Comunicação Social. Prêmio Cidadão de Ouro 2024