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Rogério Sardella entrevista Valdir Fernandes

Ator relembra papéis marcantes da carreira, fala sobre política e revela curiosidades dos bastidores, como erros de gravações e muito, muito mais!

 

Lá se vão quase quatro décadas desde sua estreia na TV (ou um pouquinho mais) e VALDIR FERNANDES continua na memória do público.

Enquanto estuda propostas para voltar aos palcos, seja televisão, teatro ou cinema, o artista passa o tempo fazendo novas amizades, respondendo mensagens de fãs e claro, cultivando amizades antigas.

Gentilmente ele aceitou o convite para esta entrevista.

 

Conhecendo sua origem

Filho de Pedro Fernandes de Almeida e de Guiomar Fernandes de Almeida, nasceu em São Paulo, no dia 31/01/1952 e registrado como Valdir Fernandes de Almeida.

 

 

Antes da fama

Nem só de holofotes foi a carreira de Fernandes. Antes da fama, chegou a trabalhar comoengraxate, auxiliar de escritório e vendedor.

Sua entrada no cenário artístico aconteceu como figurante na TV Tupi e em seguida, o teatro, em peças como Chá de SimpatiaRapazes da Banda e Fato e Afeto.

 

O sucesso e os bailes de debutantes

Apesar de ter sido um dos maiores galãs de sua geração, de ter estampado inúmeras capas de revistas, o ator diz que “o legal disso tudo é você ser reconhecido pelo seu trabalho”.

No auge de sua juventude, da explosão de seu sucesso, claro, não faltaram convites para que ele fizesse bailes de debutantes.

 

Papéis que marcaram

Perguntado sobre quais produções televisivas mais marcaram sua carreira, o ator cita seu primeiro trabalho (novela Cara a Cara, de Vicente Sesso), exibida em 1978, com destaque para personagens nas novelas Meu Pé de Laranja Lima, de Ivani Ribeiro, Os Imigrantes, de Benedito Rui Barbosa, estas na TV Bandeirantes, além de outras produções como na novela Mandacaru (extinta TV Manchete), onde interpretou o Capitão Fontes, e seriados dirigidos por Walter Avancini: Grande Sertão Veredas e Abolição (TV Globo) e Chapadão do Bugre, também na TV Bandeirantes.

“Tive a oportunidade de trabalhar com grandes diretores, além do competente Avancini, Henrique Martins, Atílio Riccó e Jardel Melo.

Ainda na TV atuou em Anjo Maldito (1983), A Filha do Silêncio (1982) e Ninho da Serpente (1982).

 

 

CinemaNo cinema destaque para os filmes A Última Batalha (2006), Corpo Devasso (1980) e Mulher Desejada (1978).

 

 

 

Aprendizado

Mesmo tendo a oportunidade de já no início da carreira contracenar com nomes de destaque da nossa teledramaturgia, Valdir Fernandes é modesto ao dizer que não teve formação como ator, que seu aprendizado foi ter contracenado com grandes atores, entre alguns cita Fernanda Montenegro, Irene Ravache, Luiz Gustavo, Rubens de Falco, Fausto Rocha, Paulo Hesse, Raymundo de Souza e Hilton Heve.

 

Beleza e talento

Contrariando o ditado que diz que atualmente sobra beleza e falta talento nas novas gerações,Valdir acredita que há uma safra de grandes atores e atrizes, aliados ao quesito beleza, citando por exemplo, Wagner Moura, Rodrigo Santoro e Selton Mello.

 

Falta de papéis para atores mais velhos

Numa entrevista, a atriz Elizabeth Savalla falou da falta de papéis para atores da terceira idade. Perguntado, Valdir Fernandes compartilhou a mesma opinião da colega ao observar que hoje em dia existem mais papéis jovens, com rostos bonitos. “No passado tínhamos enredos com mais conteúdo, personagens fortes e que marcaram época”, lembra.

 

Trabalhos no cinema e professor de interpretação

Valdir Fernandes diz ter feito poucos trabalhos no Cinema e que durante 13 anos fez a direção de atores no seriado A Saga (contando a história do Paraná). “Foram mais de 15 cidades”, lembra Valdir, acrescentando ter ministrado vários cursos de teatro e televisão, também no seriado A Saga, onde preparou os atores.

O Meu Pé de Laranja Lima

Baseada na obra de José Mauro de Vasconcelos, Ivani Ribeiro escreveu O Meu Pé de Laranja Lima. Em dois momentos a televisão brasileira teve a oportunidade de se encantar com a vida do pequeno Zezé, um menino pobre que conversava com o pé de laranja-lima, além de estabelecer uma bonita amizade com o velho português Manuel Valadares, também conhecido como Portuga.

A primeira versão foi em preto e branco e exibida entre os anos de 1970 e 1971, pela TV Tupi. De carona no sucesso que a trama alcançou, a Bandeirantes produziu o remake de 1980, com a participação de Valdir Fernandes e grande elenco.

Sobre este trabalho o ator diz ter sido “maravilhoso, ainda mais por se tratar de uma adaptação literária de grande sucesso”, enfatizou, recordando que “foi uma novela feita sem muita produção, mas com uma grande mensagem, singela e com grandes atores”.

Grande Sertão Veredas

Em 1985, ao completar 20 anos, a TV Globo lançava a minissérie Grande Sertão Veredas, baseada na obra homônima de Guimarães Rosa.

Valdir Fernandes falou da importância deste trabalho: “sem dúvidas, acredito eu que foi a maior obra de Walter Avancini e sucesso da Rede Globo”.

O ator destacou o desempenho da atriz  Bruna Lombardi e revelou que para ele foi seu trabalho de ator “mais difícil”, mas que graças a direção brilhante de Avancini, teve muitos elogios por sua atuação.

Em tempo: Grande Sertão Veredas volta ao ar em dezembro pelo canal Viva.

Curiosidades

Com tantos trabalhos na bagagem, Valdir contou sobre fatos inusitados, incluindo os famosos erros de gravação, bem como conselhos de colegas.

“Graças a humildade de querer aprender, tive vários mestres. Erros de gravação foram muitos,  fora aqueles ataques de bobeira, você não para de rir e lá vinha dura dos diretores”, lembra, aos risos.

Valdir Fernandes lembra que em uma cena de Os Imigrantes tinha que responder para o pai de seu personagem, interpretado por Rubens de Falco: “pai, eu tenho muita saúde, uma cabeça, duas pernas… Eu respondi assim: “pai eu tenho muita saúde, duas cabeças e uma perna…”

Quando a carreira cansou

Valdir Fernandes conta que chegou um momento em que se cansou da carreira artística, quando a abandonou e foi morar em Parati, onde ficou por 16 anos, num vilarejo chamado Trindade.

 

Morada atual

O ator não está mais residindo em São Paulo e sim no Rio de Janeiro.

Família e trabalho informal

Sobre o afastamento da família e o trabalho informal, conforme entrevista concedida por ele para uma emissora de televisão, há cerca de dois anos, Valdir Fernandes relembrou que naquele período vendia picolé no zoológico. Ele fala sobre aquela experiência.

“Foi legal, me divertia muito (atuando sempre)”, disse, aos risos.

Valdir lembra que veio a separação e que ficou ausente da vida dos filhos, Bárbara e Tiago.

Futuro

Valdir Fernandes diz não estar envolvido em novas produções, pelo menos por enquanto, mas que “se aparecer uma chance eu volto e é claro, espero que sim,

mas não surgiu nenhuma proposta interessante”, lamenta.

Novelas de hoje

Mesmo sendo também ator de televisão, Valdir Fernandes conta não assistir novelas. “Aliás, não tenho paciência, os folhetins são apelativos”, enfatiza.

Autores preferidos

Entre autores de novelas preferidos por Valdir Fernandes estão Benedito Rui Barbosa, Silvio de Abreu, Gilberto Braga e Vicente Sesso.

Nas horas vagas

O ator gosta de ler e pesquisar na Internet.

Ídolos na música

Eclético no gosto musical, Valdir destaca nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Roberto Carlos e Lulu Santos, além de Gustavo Lima e as músicas sertanejas raízes.

Religião

Sem mencionar denominações religiosas, Valdir se considera “cristão”, que acredita na Bíblia e que “Jesus é tudo”.

A política no Brasil

Em relação ao atual cenário político no Brasil, a penúltima pergunta foi se ainda é possível ter esperanças.

“Está difícil acreditar nos políticos (se depender deles não vejo esperança), salienta Valdir, que dispara: “o povo é tão corrupto quantos eles. Aqui embaixo é a raiz dos males, um povo que vota por interesse”, enfatiza.

Mensagem para seus fãs e nova geração de atores

Agradeço o carinho e atenção que as pessoas me dão, aquelas que acompanharam minha carreira, aos novos atores, para os quais digo que você é capaz de realizar seus sonhos.  Como diziam Dinho, do Mamonas Assassinas e Ayrton Senna (dedicação, acreditar em Deus e é claro, em você, amar aquilo que faz.   Não tem como não dar certo”, avisa.

“Obrigado a você, Rogério, pela atenção. Um abração”, concluiu.

Helio Rubens
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