Pedro Israel Novaes de Almeida – POLITICAMENTE CORRETO
A vida em sociedade é dinâmica, e é natural que sofra modificações, ao longo do tempo.
Viver em sociedade, de maneira civilizada, exige respeito humano, que leva o indivíduo a se abster, em público, de comportamentos que choquem ou contrariem valores e tradições de terceiros. Tais valores e tradições não dizem respeito a entendimentos estritamente pessoais, que beiram a insanidade, mas ao conjunto de valores, socialmente sedimentados.
Muitas vezes, os comportamentos antissociais acabam por sofrer vedações legisladas, obrigando civilidades. Urinar e defecar são atitudes naturais e sempre compreendidas, desde que não realizadas ao ar livre e sob o olhar indignado de terceiros.
A humanidade sempre contou com indivíduos rebelados, que vivem demonstrando seu inconformismo com os valores e tradições do meio onde vivem. Tais indivíduos reafirmam seus entendimentos praticando as ações a que julgam ter direito, ainda que causando indisposições e contrariedades.
Tais indivíduos sempre foram desestimulados pela condenação social, através de ações conjuntas, sempre informais, de isolamento e falta de oportunidades de progresso profissional. Alguns, mais extremados, acabam, via encarceramento, afastados do convívio coletivo.
A sociedade só sobrevive enquanto depositária, praticante e defensora de seus valores e tradições. Tentar despi-la de qualquer conteúdo moral é transformá-la em mais um rebanho irracional, ainda que amestrado.
Vivemos tempos tumultuados, de sucessivas afrontas e intimidações, corroendo hábitos e entendimentos havidos como respeitosos. Na verdade, sob o manto enganoso do “politicamente correto”, busca-se o esvaziamento de todo o conteúdo imaterial que armazenamos.
Existe uma mal disfarçada tentativa de ruptura social, agasalhada sob a égide da vanguarda e inovação. Em verdade, ocorre um espetáculo odioso de cinismo e irresponsabilidade.
Pregam banheiros coletivos, que sirvam indistintamente a todos os gêneros, pretensamente respeitando o interesse de indivíduos que, sendo homens, sentem-se mulheres, e vice-versa. E como fica o direito das mulheres, em usar banheiros preservando a intimidade e privacidade ?
Pregam a liberdade de culto e crença, e usam-na para ridicularizar e contestar cultos e crenças alheias. Inventam condenações a procedimentos alheios, tentando criminalizar, por exemplo, fantasias de índios e marchinhas como “Maria Sapatão”, “Cabeleira do Zezé”, “Seu cabelo não nega” e outras.
Sob a denominação genérica de arte, montam obras e espetáculos com cenas de sexo explícito, até envolvendo animais e figuras sagradas, sem qualquer preocupação com avisos prévios de conteúdo e indicação etária. É direito de cada um a assistência, mas é direito de todos tomar conhecimento prévio do que irão assistir.
É dever da sociedade reagir e tentar sobreviver, enquanto organismo vivo e harmônico. Valores e tradições sustentam a nacionalidade, e sem eles somos um corpo vazio, mero e mal conduzido rebanho. É a barbárie.
O autor é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado.
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É fundador e um dos editores do Jornal Cultural ROL e do Internet Jornal. Foi presidente do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga por três anos. fundou o MIS – Museu da Imagem e do Som de Itapetininga, do qual é seu secretário até hoje, do INICS – Instituto Nossa Itapetininga Cidade Sustentável e do Instituto Julio Prestes. Atualmente é conselheiro da AIL – Academia Itapetiningana de Letras.